Preço dos combustíveis sem perspectiva de queda

Sem redução | Não há indicativos que apontem redução nos preços no país

O barril do petróleo chegou a 28 dólares. Nos Estados Unidos, esse valor é inferior ao container que o armazena. Lá, esse tipo de reservatório é vendido por cerca de US$ 50, quando adquirido em grande quantidade. Na internet, já surgem as primeiras piadas insinuando que o óleo cru vale menos do que água Perrier (uma marca de luxo que vende o líquido a preços elevados) – cerca de US$ 0,98 por litro.

Estimativas de economistas sinalizam que os preços do barril de petróleo podem cair ainda mais. O motivo da queda abrupta é baixo crescimento da economia mundial combinado com a alta oferta do produto. No Brasil, o custo do litro da gasolina não deve ser reduzido, apesar dos valores super baixos do petróleo adquirido pela Petrobras.

A empresa detém o monopólio de produção e importação do produto e os preços são controlados pelo governo. Com a baixa nos preços do barril, a Petrobras deve aproveitar o momento para recompor o caixa perdido no período em que o óleo estava em alta no mercado mundial, além de compensar a crise interna por conta da operação Lava-Jato.

O diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura) e consultor na área de petróleo e gás, Adriano Pires, avalia que o alto preço da gasolina no Brasil tem influência dos 50% recolhidos em impostos pela venda do combustível e da decisão de manter os valores controlados para ajudar as contas da Petrobras, que tem uma dívida que ronda os R$ 500 bilhões.

Percentual de imposto no combustível

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) aponta que a carga tributária da gasolina é de 56,09%, sendo 4,23% relativo a PIS, 19,53% Cofins e 25% ICMS. Esse cálculo considera o aumento da alíquota do ICMS em 20 estados mais o Distrito Federal, segundo o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike. “Antes desse último aumento de carga o percentual era de 53,03%. O aumento do ICMS está repercutido nesse novo percentual”, diz.