Preço da gasolina no RS poderá ser um dos mais elevados do país

Quase lá | Aumento do ICMS faria Estado subir no ranking de preços

Região – Em tempos de incerteza econômica, o valor que o consumidor paga pela gasolina é um dos que mais sofre variação. Neste ano, a oscilação de preços registrada nos postos da região mais parece um passeio de montanha russa: após um aumento de 20% em fevereiro, o valor baixou em até R$ 0,30 em abril, chegando a preços hoje tão distantes como R$ 2,59 (diesel s500) e R$ 2,49 (álcool). De acordo com preços consultados em 17 de novembro, o litro da gasolina comum custava R$ 3,29, assim como o da aditivada. Já o óleo diesel s500 custava R$ 2,75 e o diesel s10, R$ 2,95.O litro do etanol saía por R$ 2,99. Há previsão de aumento destes valores, passando a valer ainda nesta semana.

O consumidor deve se preparar: entre os aumentos considerados pelo governo, um deles já é certo. O aumento de ICMS deixará o combustível R$ 0,08 mais caro a partir de janeiro – colocando a gasolina do RS entre as mais caras do país.

Aumentos possíveis

Aumentando mais ainda a carga tributária dos gaúchos, a nova alíquota de ICMS que passará a valer a partir da virada do ano implicará em mais R$ 0,08 a serem somados ao valor da gasolina – sendo que a nova alíquota de ICMS deverá afetar ainda outros serviços, como telefonia fixa e móvel.

Apesar de ter sido descartado pelo relator do projeto de orçamento de 2016, o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o Governo anda pode editar um decreto com a elevação do Cide, por conta própria. Outra medida que é estudada é o aumento das alíquotas dos impostos de Pis e Cofins incidentes sobre os combustíveis, para alcançar a meta fiscal prevista para o ano de 2016.

Gerente de postos de combustíveis comenta sobre os recentes aumentos

Gilvan Skonetzky, 48 anos, gerente dos postos Ipiranga Chafariz de Sapiranga e Campo Bom, explica que o aumento de preços registrados até o momento é em função da própria Petrobras ter elevado seus preços. “Nos últimos dois meses, o valor do álcool sofreu aumentos por quatro vezes. Passou de R$ 2,29 para R$ 2,99. São setenta centavos de aumento, o que representa 17,5% no custo da gasolina. E ainda temos que somar a isso o aumento normal da gasolina”, explica Gilvan. Ele lembra que o consumidor ainda deve preparar o bolso para novos aumentos. “Um deles é certo, que é o aumento de ICMS, que passa a valer em janeiro. Há outras possibilidades das quais estão falando. Escutei que o Governo gaúcho estuda aumentar as alíquotas de Pis e Cofins em cima do combustível”, comenta o gerente.

As alíquotas cada vez mais elevadas de impostos afetam não só o consumidor, mas os próprios postos de gasolina, explica Gilvan. “Hoje 60% do preço do combustível é imposto, enquanto que 40% é refil, distribuição e venda”, informa o gerente. “Temos outra questão, que é o fato de que o preço do álcool e o aumento desse valor não é anunciado pelo governo. São custos que temos de repassar e, sem ser anunciado pela mídia, é no posto que o consumidor percebe que o preço subiu. Assim, o posto acaba sendo o culpado, porque é ali que o aumento é ‘divulgado’. É no posto que o consumidor deixa o dinheiro dele. Mas na verdade, são aumentos que precisamos repassar. E infelizmente, nós não temos retorno disso, não é um dinheiro bem aplicado, atualmente é apenas um valor usado para manter a máquina do governo”, comenta Gilvan.

Apesar dos valores terem aumentado, Gilvan explica que o preço da gasolina na região ainda é um dos mais baratos. “A gasolina no Vale do Sinos e Paranhana ainda é uma das mais baratas. Nos outros lugares, ela fica em torno de R$ 3,60, R$ 3,70. Além disso, a gasolina na fronteira, em cidades como Uruguaiana, chega a R$ 3,90, acaba sendo mais cara em função do frete. O custo deles acaba sendo uns R$ 0,10 ou R$ 0,15 mais caro em função do que é gasto na distância percorrida”, esclarece. “Nossa gasolina ainda não é a mais cara do país, mas, com o aumento do ICMS, o valor vai sim emparelhar com as mais caras”, declara.