Povo indígena sobrevive na selva de pedra

Da aldeia para a cidade | Índios Kaingang enfrentam a vida urbana e se tornam artesãos em busca da subsistência

Sapiranga – Durante cerca de três semanas, Zileide Sales, 11 anos, dormiu com outros dois irmãos e os pais, em um “quarto” improvisado, embaixo de um dos viadutos mais movimentados na Região Metropolitana de Porto Alegre: o viaduto da RS-239, no bairro São Luiz, em Sapiranga. Ao invés de concreto ou madeiras, lençóis cumpriram o papel de proporcionar certa “privacidade” aos integrantes da tribo indígena Kaingang. Mesmo diante de tamanha desigualdade social, a jovem mantém um sonho semelhante ao de jovens brancas: o de estudar e se tornar professora.

Zileide era uma entre 17 crianças de um grupo de 26 índios Kaingang que esteve acampado em Sapiranga (e que devem voltar à cidade antes da Páscoa). Sem a tradicional pintura do rosto, brincos ou colares característicos dos índios que aparecem em reportagens televisivas, eles demonstravam ter absorvido parte da cultura do homem branco, como o comércio.

Longe da aldeia, a forma de obterem recursos para sobreviver é vender o artesanato produzido com tanto zelo. “Durante o tempo que permanecemos aqui, recebemos doações de alimentos de algumas pessoas”, reconhece o membro da tribo Kaingang, Batista Sales, 46 anos.

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