Poder Público incentiva e fomenta novos negócios

Região – Tão importante para uma prefeitura quanto cuidar da saúde e da educação de seus moradores é de manter a economia local ativa. E para que isso ocorra, cada município, da sua forma, busca incentivar os mais variados tipos de negócios.
Em Campo Bom, por exemplo, a Prefeitura conta com duas ações distintas. Para manter ou atrair empreendedores foi elaborado o Programa de Incentivo à Geração de Emprego (Pige). Este programa beneficiou grandes empreendimentos campo-bonenses, como a ampliação da Colchões Ortobom, que terá seu quadro de funcionários ampliado de 300 para 366 até 2014. Além disso, empresas calçadistas do município, anualmente, contam com o apoio da Prefeitura para vender seus produtos em feiras nacionais como a Couromoda, SICC e Francal.
Este caminho, aliás, será adotado por Sapiranga a partir deste ano. Após cinco edições da Mostra de Sapiranga, o empresariado solicitou uma mudança de enfoque à Administração. Eles desejam contar com o incentivo da Prefeitura para participarem destas grandes feiras. “Seria uma atitude louvável da Administração”, comenta o empresário Celso Silva, da Vestígios Calçados de Sapiranga. O município, aliás, estuda medidas diferenciadas (confira box ao lado) para dinamizar a economia local.
Além de incentivos como aluguéis de prédios e espaços, outra forma de estimular os negócios nos municípios está no assessoramento do empresariado nas partes administrativas e de gestão. “Muitos que abriram seus negócios possuem o conhecimento técnico, mas não o de gestão”, comenta Elói de Paula, secretário do Desenvolvimento Econômico de Sapiranga.

ARARICÁ – O prefeito de Araricá, Sergio Machado, destaca que o município possui uma lei que favorece o empresariado. “Temos um dispositivo legal que permite o custeio do aluguel, energia elétrica e terraplanagem”, conta. Ele fala ainda que de nada adianta ter a lei, atrair o empresário e depois não cumprir com o acordo. “Temos que falar a verdade e quando o município não possui força suficiente para impulsionar o projeto, temos que buscar ajuda de bancos de fomento como o Badesul, o Banco do Brasil e o Banrisul. E é desta forma que conduzimos o estímulo aos negócios em Araricá”, explica.
Para 2014, o prefeito revela que tem planos diferentes. “Minha ambição é de proporcionar algo diferenciado ao empresário. No momento oportuno, quero conversar e orientar os investidores pessoalmente”, revela o prefeito que também acumula a secretaria de Indústria e Comércio de Araricá.
Ele destaca que o município possui uma das taxas de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) mais baixas do Vale do Sinos. “Cobramos 2% e estamos em uma região que favorece a logística para a Serra, Litoral e os municípios da grande Porto Alegre”, reforça.
O prefeito enfatiza que possui 33 áreas públicas e que podem, através de estudos, virem a receber empreendimentos.

CAMPO BOM – Um dos diferenciais da Prefeitura de Campo Bom quando o tema é atração e incentivo de novos negócios é a Incubadora Empresarial. Às margens da Av. dos Municípios, ela oportuniza um deslocamento fácil e rápido para diversas cidades do Vale do Sinos, favorecendo um dos códigos básicos do mundo dos negócios: a logística. Desde que ela foi aberta, em 2001, cerca de 30 empresas passaram pelo local.
Para permitir o acesso, entrada e surgimento de novos negócios no espaço, uma licitação está aberta e selecionará novos empreendedores. De acordo com Beno Thöen, da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, oito empresas já foram contatadas e consultadas. A Incubadora campo-bonense é uma oportunidade para os empresários testarem seus empreendimentos com um baixo custo de aluguel. Podem participar do processo pessoas físicas e jurídicas. A sala possui 50 metros quadrados e o prazo de permanência é de três anos, mais um ano de carência para realizarem a mudança.

Sapiranga estuda um Centro de Inteligência – O secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho de Sapiranga, Elói Antônio de Paula, destaca que o município possui legislação de apoio às empresas instaladas e para aquelas que desejam trazer sua unidade fabril para o município. Uma das últimas alterações feitas foi a ampliação da área que o município pode doar à essas empresas. “Antes, a lei indicava a doação (respeitando uma série de exigências) de áreas de até 20 mil m² e agora ela permite a doação de espaços de até 50 mil m²”, explica.
Consciente de que não basta apenas oferecer o espaço aos empreendedores, a Prefeitura está com um projeto de criação de um Centro de Inteligência do Sapato. E para tirar do papel esta proposta, a secretaria está enviando um estudo detalhado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para criar o Centro. “Temos esta ideia do barracão industrial (foto acima, localizado no bairro Oeste). Percebemos que a mão de obra da indústria calçadista está na 3ª ou 4ª geração e os jovens não se sentem seduzidos. E como atraí-los?”, pergunta Eloi. Para ele, o caminho é a inserção de tecnologias e ações inovadoras. “O projeto tem que estar em consonância com o que há de mais moderno”, destaca.
Para que a proposta vingue, a intenção da Prefeitura é trazer para o diálogo sindicatos patronais, entidades e parceiros para que, a médio prazo, esta proposta seja implementada.