Plantação de pitayas em bairro de Campo Bom leva colorido e beleza ao meio urbano

Campo Bom – Um oásis no meio da cidade, assim pode ser chamado o Solar das Pitayas, plantação da fruta exótica que fica no bairro Alto Paulista, em Campo Bom. O comparativo com o ponto isolado no deserto pode fazer sentido considerando o armazenamento de água que o pé de pitaya mantém nos seus galhos espinhosos, ou pela beleza que as fileiras floridas exalam.

 

A fruta é tropical, se desenvolve em clima quente e seco. As floração acontece durante a noite, o que demanda ainda mais trabalho para a conservação da colheita, como comenta o produtor e proprietário do Solar das Pitayas, Ernâncio Kopper. “Quando está pra chuva, e as flores estão abertas, temos que proteger uma por uma com copinhos, para garantir a polinização. Não pode molhar por dentro, se não a fruta não sai”, explica. Na última semana, eram mais de 3 mil flores para proteger individualmente, com carinho e dedicação.
Ernâncio mantém 750 pés da fruta em Campo Bom, e tem mais duas plantações em regime de sociedade. São 1.700 pés em Nova Hartz e 1.400 em Santo Antônio da Patrulha.
Apesar de não ‘gostar’ da chuva, a floração de pitayas também sofre neste verão de calor intenso. “Tive perdas nesse começo de ano, nem tanto pela seca, mas o sol muito forte torra os galhos e frutas”, conta Ernâncio.

A fruta se popularizou nos últimos anos, mas ainda está entre as de valor mais alto
Há mais de 20 anos aposentado, Ernâncio Kopper mantinha, até 2016, um ateliê de calçados. “Começou a não dar mais, e eu enjoei também. Paguei todo mundo e fechei. Eu tinha os terrenos aqui e comecei, meio como uma brincadeira, pra ver como era, coloquei até os palanques de madeira”, comenta o produtor que, neste ano, está fazendo a substituição das estacas de sustentação por moirões de concreto, o que vai deixar a plantação ainda mais consistente. Mesmo com a queda nos rendimentos, já que a fruta popularizou nos últimos 6 anos, Ernâncio ressalta: “É gratificante, ela baixou muito nesses anos e eu até concordo que tem que baixar um pouco, porque todo mundo tem o direito de comer essa fruta, rico, pobre. Pitaya faz bem pra tudo e não tem hora certa pra comer”, orienta.

Espécies diferentes
A pitaya pode ser branca, ou vermelha por dentro. Também há a variação de casca amarela, menos comum. É rica em antioxidantes, fibras e minerais, principalmente zinco e ferro. É mais consumida pela polpa in natura, mas pode ser ingrediente de suco, doces, saladas e algumas receitas utilizam até a casca como fonte de sabor.

Segredo está na dedicação
A origem da planta é da região do México e o consumo é alto no Hawaii, onde a adaptação ao clima foi ideal. No Brasil, as primeiras plantações surgiram nos anos 90. O valor de mercado da pitaya reflete a dedicação que o cultivo exige. São, em média, 21 dias para abrir a flor e depois 31 dias para a transformação e amadurecimento do fruto, que pode variar de 300 gramas a 1kg. A planta necessita de muita água internamente, mas não se adapta a umidade no solo. Por isso, a produção acontece de janeiro a, no máximo, maio.
“Quanto mais calor, mais doce a fruta fica”, comenta Ernâncio, que dá a dica: “tem que colher bem madura, pra ficar saborosa. Tem gente que pegou em qualquer lugar, que colhem com pressa, verde, e diz que pitaya não tem gosto. Ela bem madura tem um sabor inigualável, bem docinha”, garante.

O local tem produção totalmente orgânica e fica na rua João Alberto Ermel, 60, no bairro Alto Paulista. O contato pode ser feito pelo telefone (51) 99886-9629 ou nas redes sociais @solardaspitayas