Por Henrique Ternus Lamb
Estado – De acordo com a terceira fase da pesquisa de prevalência da população, realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), cerca de 24.800 pessoas estão infectadas pelo novo coronavírus no Rio Grande do Sul. O resultado aponta uma quantidade de casos nove vezes maior que os dados oficiais, que confirmam 2.917 registros da doença, conforme painel de monitoramento disponível no site oficial do governo na tarde desta quarta-feira (13). Os números foram apresentados na transmissão ao vivo na página do governo do estado, juntamente com o governador Eduardo Leite.
Há duas semanas, na segunda fase do estudo, a estimativa era de 15 mil infectados, enquanto na primeira etapa o resultado apontava para mais de 5 mil pessoas contaminadas. Na terceira fase, foram aplicados 4500 testes rápidos entre os dias 9 e 11 de maio, nos quais 10 testaram positivo para Covid-19, ou seja, 0,22%. Na etapa anterior, a prevalência de pessoas com anticorpos era de 0,13%. O reitor da UFPel, Pedro Hallal, destaca que a prevalência ainda é considerada baixa, apesar do aumento. “A prevalência ainda baixa confirma o sucesso do Estado no combate a pandemia, especialmente porque a população aderiu às medidas de distanciamento social na hora certa”, afirmou o reitor.
Uma das conclusões do estudo revelam que há subnotificação de casos no estado. Para cada 1 milhão de habitantes gaúchos, estima-se que 2,2 mil já tiveram contato com o novo coronavírus. Entretanto, de acordo com os números oficiais, a proporção é de 248 infectadas para cada 1 milhão. Portanto, de acordo com a pesquisa da UFPel, para cada caso registrado oficialmente, há outros nove, em média, que não são notificados às autoridades.
A quarta e última etapa de coletas para o estudo será realizada entre os dias 23 e 25 de maio. No total, desde o início da pesquisa, serão entrevistadas e testadas 18 mil pessoas. O governador Eduardo leite, durante a divulgação dos dados ressaltou a importância dessa pesquisa para as novas medidas de distanciamento no estado. “Os dados que temos dessa pesquisa, que mostram as condições atuais e a velocidade de propagação do vírus, são muito importantes porque fazem parte dos parâmetros que utilizamos para o Distanciamento Controlado, um modelo complexo que utiliza diversos critérios e indicadores, o que nos ajuda a traçar as melhores estratégias”, destacou o governador.