Perfil socioeconômico: Raio-x na abertura de novas empresas

As dificuldades para abrir uma empresa no Rio Grande do Sul e o excesso de burocracia no serviço público estão diminuindo cada vez mais. É o que aponta o boletim Mapa de Empresas, publicado recentemente pelo Ministério da Economia, com dados do primeiro quadrimestre deste ano.

Conforme o levantamento, o RS subiu oito posições no item “Ranking do tempo total de abertura de empresas nos Estados”. No terceiro quadrimestre do ano passado, o Estado era o penúltimo colocado nesse item. Em quatro meses, alcançou a 18ª posição, apresentando redução de três horas no prazo de abertura de empresas. Atualmente, o tempo médio para abrir um negócio no RS está em três dias e 17 horas.

O objetivo é alcançar as cinco primeiras posições no país até o próximo ano. “Chegamos a esse resultado não em quatro meses, mas, sim, por estarmos realizando um trabalho de fôlego em relação a desburocratização da máquina pública. É uma cultura que lutamos diariamente para melhorar, porque queremos facilitar a vida de quem quer empreender. Porém, não estamos sozinhos. As ações contam com apoio do Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como diversos setores da sociedade” afirma o secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Claudio Gastal.

DescomplicaRS

O projeto DescomplicaRS, implementado pelo governo gaúcho em agosto de 2019, e o Conselho Estadual de Desburocratização e Empreendedorismo (Cede), com atuação da representantes da sociedade, têm atuado para ampliar o número de adesões de municípios gaúchos à RedeSimples.

CASE A HORA DO PASTEL

Uma das empresas que está em franca expansão, mesmo em um cenário desafiador é A Hora do Pastel, de Sapiranga. O CEO da empresa, Giovani Prass, comenta o momento. “O processo de expansão da Hora do Pastel, no modelo de franquias, coincidiu com o período da pandemia. Tivemos duas franquias vendidas antes da pandemia, mas nossa principal curva de crescimento foi dentro da pior crise sanitária dos últimos anos. Por mais que o delivery tenha crescido durante esse período, os investidores se tornaram mais cautelosos, pois ninguém tinha ideia de quanto iria durar. Sem falarmos dos custos dos insumos e dos equipamentos que chegaram a subir 300%, tornando a expansão mais cara, mas mesmo assim conseguimos diminuir o investimento para um possível franqueado. Dentro da empresa nunca foi usado como desculpa, a gente sempre trabalhou em otimizar os processos, desenvolver nossos talentos e melhorar nosso produto final. Acreditamos muito que nas crises é que se formam empresas campeãs, porque se trabalha com uma margem de erro menor, tendo que saber adaptar-se as situações econômicas. Juros caros, carnes e derivados de animais subiram mais de 50%, tudo isso seria motivo para colocar o pé no freio, mas temos uma cultura forte de busca por crescimento, que nos permitirá chegar em 50 lojas nos próximos 2 anos”, pondera o empresário.