Pequenos empreendedores estão se formalizando mais

Xô crise | Estatísticas evidenciam momento favorável para quem deseja abrir o próprio negócio

Região – Em tempos de crise na economia, programas governamentais que incentivam a formalização de empreendedores (Microempreendedor Individual – MEI) e que possibilitam o acesso ao crédito a juros baixos (Programa Gaúcho de Microcrédito), demonstram números positivos. No momento em que todo o país fala em crise, as estatísticas destes dois programas evidenciam o crescimento das micro e pequenas empresas na região.

Voltado para a formalização de profissionais autônomos o MEI, do governo federal, registra um crescimento ascendente na adesão de profissionais liberais. Se em 2013 era pouco mais de 2.900 microempreendedores, hoje este número está quase duas vezes maior, totalizando mais de 4.400 novos empresários. Entre os setores da economia que mais recebem empreendedores está o comércio (que lidera o ranking na região), seguido pelo setor de obras (que aparece em segundo lugar), seguido da área de estética e beleza.

E para apoiar este crescimento de novos empreendedores, não pode faltar crédito a juros baixos. Para este público existe o Programa Gaúcho de Microcrédito. O programa do governo estadual possibilita empréstimos de até R$ 15 mil reais para empresas que faturam até R$ 120 mil ao ano.

Dinheiro na praça

Em 2013, o Programa Gaúcho de Microcrédito contratualizou 958 operações de crédito nos quatro municípios, movimentando R$ 2.637.507,92. Estes números mais do que quadriplicaram em 2015: até setembro, foram 3.241operações concedidas pelos bancos e R$ 9.130.902,51 emprestados à juros baixos aos micro e pequenos empreendedores.

Região mantém oferta de empregos

Em um momento em que diversas cidades do País registram fechamento de indústrias e vagas de trabalho, a região vive um momento favorável. Conforme dados do MTE, de janeiro a julho, Sapiranga registrou a abertura de 410 postos de trabalho (a Prefeitura fala em 703) e Nova Hartz outros 273 postos criados. Em 2015, Araricá (45 demissões) e Campo Bom (42 demissões), registram déficit de empregos até julho, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Sebrae elogia Sapiranga

O secretário de Indústria, Comércio e Serviços da Prefeitura de Sapiranga, Eloi de Paula, recebeu na semana passada, representantes do Sebrae estadual, que vieram destacar o bom momento de Sapiranga. “O diretor Marco Copetti pediu uma reunião comigo e a prefeita Corinha Molling, e elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Prefeitura na área do desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda”, salientou Eloi de Paula.

O secretário sustenta que todos os prédios das indústrias fechadas foram ocupados e que novas empresas tem se instalado em Sapiranga. “Isso aumenta a receita de ISSQN”, argumenta.

Salas e prédios de aluguel com oferta para novos empreendedores

Para Nando Matzenbacher, da Imobiliária Matzenbacher de Sapiranga, o setor de aluguéis no município enfrenta a crise na economia há mais tempo. “Estamos nos adequando a esta crise há mais tempo. Percebemos que a oferta de imóveis para alugar aumentou e quando isso ocorre, o preço diminui. Outro fator é que existem muitos imóveis para alugar fora da região central. Aí demora um pouco para o investidor alugar o imóvel”, comenta. Para Émerson Barbieri, da Piccolo Imóveis de Sapiranga, a procura por imóveis para alugar tem sido baixa. “Queremos intensificar o setor de aluguéis na imobiliária. Por enquanto, temos apenas um pavilhão de 200 metros quadrados em Sapiranga para alugar”, destaca Émerson. Na Imobiliária Nitschke, de Sapiranga, o corretor de imóveis e gerente, Márcio Bender, destaca que a rotatividade das salas comerciais e prédios para locação é bastante grande. “As opções disponíveis estão mais no Centro. Na mesma velocidade que as opções ficam disponíveis, elas também acabam sendo alugadas rapidamente”, destaca Bender. O gerente cita ainda casos isolados de renegociação do preço no aluguel de imóveis entre inquilinos e investidores devido à crise na economia.

Como se tornar um MEI

Acesse o site portaldoempreendedor.gov.br e preencha o cadastro de inscrição. O CNPJ e número de inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente. Após a formalização, o empreendedor terá o seguinte custo: R$ 39,40 (5% do salário mínimo que é reajustado no início de cada ano). Para o Estado, R$ 1 fixo por mês se a atividade for comércio ou indústria. Para o município R$ 5,00 fixos por mês, se a atividade for prestação de serviços.

Como solicitar crédito

Procure o setor de indústria e comércio do seu município e busque informações. O objetivo do programa é conceder financiamento para atender às necessidades financeiras (investimento e capital de giro), de atividades produtivas de pequeno porte. O público são empreendedores, urbanos ou rurais, formais ou informais, individuais ou em grupo, com faturamento de até R$ 120 mil por ano.

Principais atividades dos empreendedores

Araricá
Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (21), Obras de alvenaria (17), Acabamento de calçados de couro sob contrato (13).

Campo Bom
Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (245), Cabeleireiros (133) e Obras de alvenaria (101).

Nova Hartz
Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (54), Obras de alvenaria (30), Cabeleireiros (26).

Sapiranga
Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (266), Obras de alvenaria (145), Cabeleireiros (127).