Para onde se olha na Casa do Artesão, existem belos trabalhos de mulheres criativas

Ainda menina, Jalma Bica Bueno, 71 anos, moradora do bairro Quatro Colônias, em Campo Bom, já se mostrava uma pessoa criativa. “Aprendi vendo as amigas da minha mãe e observando elas fazendo crochê. Busquei umas taquarinhas nos fundos da minha casa e eu mesmo construi a minha primeira ferramenta”, relembra Jalma. Depois vieram o aprendizado dos primeiros pontos de crochê, tricô e a técnica e o gosto pelos trabalhos manuais só cresceu. “Quando eu tinha um aniversário ou uma festa, eu sempre fazia uma coisinha para dar de presente”, recorda.

O início de Ironi Antonia da Silva, 62 anos, moradora do bairro Metzler, foi um pouco diferente. “Trabalhei em fábrica de calçado, depois em um atelier, mas depois acabei enjoando desse ramo e passei a me dedicar ao artesanato. Faço crochê, tricô, fuxico, guirlandas, enfeite de porta entre outros métodos e técnicas”, explica a artesã campo-bonense. Os trabalhos de Jalma e Ironi podem ser conferidos na Casa do Artesão, em Campo Bom.

Para divulgar ainda mais o trabalho das artesãs, uma super promoção foi preparada pela Associação dos Artesãos. Quem adquirir produtos na loja estará participando de uma rifa, que sorteará uma cesta no dia 11 de maio. A cesta contará com diversos itens artesanais de diferentes segmentos. Compras de R$ 10,00 a R$ 50,00 ganham um número, de R$ 50 a R$ 100,00 ganha dois números, acima de R$ 100,00 serão três números para concorrer à cesta com itens artesanais.

Alguns dos trabalhos elaborados pelas mamães criativas e artesãs

Tecnologia como aliada

Com o crescente acesso e disseminação da internet com possibilidade de estar quase que 24 horas conectado, as artesãs encontraram outro fiel escudeiro na divulgação de seus trabalhos manuais: as redes sociais.

A exposição do artesanato nas páginas pessoais de Jalma e Ironi ajuda a romper até mesmo fronteiras geográficas e territoriais. Quem confirma esse sucesso é a artesã de Quatro Colônias, Jalma Buneo. “Eu comecei a fazer sapatinhos de bebê, com peróla, e vendi quatro pares rapidinho depois que coloquei na internet. Uma amiga compartilhou, e uma outra pessoa, de Santa Catarina viu e entrou em contato comigo. No fim de semana que passou, ela veio para Campo Bom, em um aniversário, e consegui vender para ela. Esse compartilhamento rompe fronteiras. Para nós é muito bom”, atesta Jalma.

Ironi também confirma as palavras de Jalma. “Ajuda muito. Colocamos no Facebook e as pessoas nos perguntam sobre o valor. E cada produto que eu faço, eu coloco no Facebook. Muitos, nos procuram aqui na Casa do Artesão porque viram na internet. Procuro sempre colocar na descrição que as peças estão disponíveis na Casa do Artesão. Assim, eles vindo no espaço, observam outras coisas e podem comprar outros tipos de artesanato”, avalia Ironi, de 62 anos.

“Decidi fazer algo que eu poderia fazer sozinha, com calma e me distrair. Sou aposentada, viúva, e ficar em casa com o braço cruzado, não faz bem para a saúde, para o corpo e para o cérebro” – Ironi Antonia da Silva

A criação das associações: o que ajudou?

Atualmente, a Associação dos Artesãos de Campo Bom possui três associações em bairros distintos (Quatro Colônias, Centro e Operária).

Entre as vantagens para as mulheres – homens – que integram o coletivo é a possibilidade de expor os trabalhos na Casa do Artesão e nas bancas, de segunda a sábado. “Não pagamos aluguel, energia elétrica, ou água. Tudo é cedido pela Prefeitura. Todo o evento da Prefeitura, qualquer ação da Administração que se promova, nós participamos sem pagar. O Rodeio ganhamos o espaço de graça. A Festa do Sapato pagamos porque não é uma festa da Prefeitura, mas pagamos menos que os artesãos de fora, ou artesãos que não são da associação. Além disso, participamos de muitas feiras fora. Temos uma ajuda muito grande. Essa é a grande vantagem de estar na associação. Temos o Brique semana que vem na praça, vamos participar da Festa do Motorista 2019, da Feira da Mata, tudo sem pagar nada”, valoriza Jalma.

Ironi Antonia da Silva, 62 anos Mãe e artesã do bairro Metzler, em Campo Bom.
Possui três filhos (o mais velho de 51 anos, uma mulher de 45 anos e outra filha de 38 anos). Além disso, possui três netos e um bisneto.

 

 

 

Jalma Bica Bueno, 71 anos
Mãe e artesã do bairro Quatro Colônias. Possui quatro filhos, dois casais adultos: dois homens (um de 51 e outro de 44 anos e duas mulheres (de 49 e 53 anos). São nove netos e sete bisnetos.

 

 

 

Texto e fotos: Deivis Luz