Papai Noel Sebola conta sobre o trabalho de levar alegria e sobre sua agenda lotada

Região – De todas as figuras do Natal, a mais icônica com certeza é o Papai Noel. O bom velhinho percorre o mundo em seu trenó voador vermelho na véspera da noite de Natal, 24 de dezembro, puxado por nove renas voadoras mágicas, e que carrega consigo um saco lotado de presentes, entregues às crianças que se comportaram durante o ano. Digno de uma lenda, mesmo assim, é a que mais perdura com o passar dos anos. Talvez isto se deva ao fato de que tudo é possível no Natal, sonhos se realizam, e a alegria reina. Sem dúvidas é uma das épocas mais envolventes do ano.

Manter esse sentimento é algo que depende de pessoas que se dedicam a isto de corpo e alma. No Brasil, por exemplo, onde no verão as temperaturas chegam a 40ºC, ser Papai Noel é complicado, mas tudo é recompensado por ajudar a manter o espírito natalino.

Jaime Sebold Jr, 51 anos, de Nova Hartz, está há seis anos levando a alegria como Papai Noel por onde passa, no começo, sem pretensão, aceitou fazer uma experiência.

Jaime esteve na sede do Jornal Repercussão, onde esbanjou simpatia e contou que faz poses diferentes nas fotos

“Meu filho participa de uma companhia de teatro, e um dia estava no escritório deles, conversando com um amigo, quando o dono da companhia me olhou de longe, veio até mim e me disse que eu era o papai noel que ele precisava para atender as casas que o outro não conseguia. Mas eu não tinha roupa, nada, e ele disse ‘deixa que eu arrumo’, então nos dois primeiros anos comecei a trabalhar com barba postiça, e hoje é tudo natural”, explica Jaime, o Papai Noel Sebola.

Com a agenda lotada de compromissos

Com o tempo, Jaime, foi tomando gosto pela coisa, que foi se expandindo. “Eu fiz o primeiro ano com barba postiça, daí já fiz o segundo ano e o número de casas aumentaram. Fiz a APAE de Nova Hartz, o CRAS e fui divulgando e a coisa começou a andar. Fiz amizade com um cara de São Paulo, mas ele disse que Papai Noel que trabalha com ele precisa ter barba de verdade. Então pesquisei e vi que valia a pena investir. Procurei me especializar e encontrei a aldeia do Papai Noel de Gramado, onde hoje sou um dos oficiais. E desde então a coisa vem melhorando. Hoje estou saindo de uma casa e já estão querendo agendar para o próximo ano. Tem pessoas que já agendam comigo em agosto, e outras que já faço há cinco anos. No começo eu fazia sozinho, e minha esposa marcava organizava, combinava os detalhes com as famílias, agendas, etc. Hoje ela vai comigo como mamãe Noel, e meu filho, que é artista, é o meu duende”, conta.

Acolhimento no Natal na Liga

Jaime foi convidado para participar de agenda na Liga neste ano. “Uma ex-diretora perguntou quanto eu cobrava, mas eu disse que dela eu não cobraria, pois é uma entidade. E quando meu pai precisou de doação de sangue para uma cirurgia, eles ajudaram”, disse Jaime.

Roseli Konrath, 55, presidente da Liga de Combate ao Câncer de Sapiranga comenta:

“Essa festa é o encerramento do ano, junto com a festa de Natal para os pacientes quando entregamos uma lembrança da entidade. Fazer esse tipo de evento é muito importante pois aumenta a auto estima deles, eles se sentem mais felizes, amados, acolhidos. Muitas vezes eles não tem ninguém, e quando chegam aqui são acolhidos. Esse é o momento de confraternizar, de perceberem que o câncer é uma coisa que acontece com crianças, mães, pessoas de meia idade, e essa festa é para que eles se sintam amados”, conta.

Confira fotos da ação realizada na Liga

O que o Papai Noel faz no resto do ano

Na época de Natal, o Papai Noel está sempre atarefado com visitas e entregas de presentes, mas quais as atividades que ele faz no resto do ano?!

Jaime é funcionário público em Nova Hartz, e atua na Secretaria de Mobilidade Urbana. Com a chegada do Natal sua agenda lota, pois acumula compromissos que outros Papais Noeis lhe oferecem. “Eu tenho um amigo que é o Papai Noel oficial da Coca-Cola e ele vai me passando eventos que ele não pode cumprir. Eu também já fui convidado para participar da caravana da Coca-Cola, mas o evento começa em novembro e dura quase 60 dias. Sou funcionário público e não posso me ausentar”, conta Sebola.

Jaime conta que elaborou mais nove personagens, para poder trabalhar durante o resto do ano. “Como Papai Noel eu criei mais nove personagens, que aos poucos estou tentando colocar para trabalhar. Estou tentando jogar para trabalhar o resto do ano com isso. A questão é me divertir, fazer algo diferente e ainda receber. Tenho o Papai Noel de férias, lenhador e outros personagens”, conta Jaime, que esteve recentemente na sede do Jornal Repercussão.