Paixão por cavalos move cabanha de Campo Bom

Compromisso | Cavalos exigem tempo e dedicação de seus criadores
Campo Bom – Ter um cavalo é quase como ter filhos: não é para qualquer um. Exige dedicação, atenção, carinho, cuidado – e uma certa dose de investimentos.
Everton de Souza e a esposa, Micheli Mikan de Souza, são donos de dois cavalos crioulos. E fazem questão de frisar que são da raça crioula, do Rio Grande do Sul mesmo. “Os nossos são os crioulos aqui do estado. Existem outros tipos de cavalos, como os quartos de milha, que são os criados em São Paulo, e os mangalargas, que são criados para a prática do hipismo”, explica Everton.
Os dois cavalos do casal são irmãos, que foram criados na chácara de Everton. Depois de três anos, foram levados à Cabanha e Centro de Treinamento do Amorim, em Campo Bom. Lá, os cavalos recebem cuidados diários dos funcionários, que alimentam, exercitam e cuidam da higiene dos cavalos no local. Everton e Micheli vão ao haras pelo menos duas vezes por semana para andarem com os cavalos e durante o resto da semana, Gilson Souza, um dos proprietários da cabanha, é responsável por exercitar os animais.
Gilson lida com cavalos desde os 13 anos e desde os 15 anos trabalha profissionalmente no ramo. Natural de Araricá, Gilson passou dois anos em São Paulo, aprendendo a domar cavalos e depois foi para a Argentina, onde treinou com um dos maiores criadores de cavalos da América, Julio Ballester. “Criar um cavalo é quase como criar um atleta. Tem que cuidar do casco e tratar os dentes deles, além de exercitá-los”, diz Gilson.
Na Dom Amorim, além de domar cavalos, também são criados cavalos para exposições. “O foco de muitos aqui no Rio Grande do Sul é a Expointer e a competição Freio de Ouro. Para esse tipo de cavalo é dada uma alimentação diferenciada, os cavalos são escovados e há até óleos para passar nos animais”, conta Everton.
Everton desenvolveu a paixão por cavalos junto da esposa
Everton de Souza conta que quem o ensinou a andar a cavalo foi a esposa, Micheli. “Na primeira vez em que subi em um cavalo, eu disse, `Meu Deus, alguém me tira daqui!’. Mas acho que o cavalo é um animal que encanta, tu pode pegar uma criança de qualquer lugar e apresentar um cavalo pra ela, e vai ser mágico.  O cavalo tem todo aquele tamanho, é um ser tão dócil e domesticável, ao mesmo tempo”, reflete.
Micheli de Souza anda a cavalo desde os 13 anos de idade
Já Micheli de Souza considera que nasceu com essa paixão. “Ninguém da minha família tinha contato com cavalos, mas eu sempre gostei deles”. Micheli ganhou seu primeiro cavalo aos 13 anos. “Eu era muito ruim no início. O cavalo não era domado, eu podia ter me machucado feio. Ele era uma mistura de quatro de milha com crioulo”, conta ela.  “Quando troquei de cavalos, peguei um crioulo puro, com registro. Foi nesse que ensinei o Everton a andar”, ela diz.