Pais de sapiranguense acamado buscam assistência especializada

Saúde | Família enfrenta uma via-crúcis para obter auxílio especializado no SUS para o filho tetraplégico

Sapiranga – Era junho de 2012 quando o destino do jovem Robson Gonçalves de Oliveira, então com 21 anos, mudou completamente. A família do rapaz, que era professor de informática na Escola Municipal Érico Veríssimo – e que se formaria na Unisinos no mesmo ano, em Ciência da Computação – , viu a vida do jovem sofrer uma reviravolta completa quando ele sofreu um acidente grave de motocicleta. Era um sábado, e o rapaz seguia no sentido Centro/bairro pela Avenida 20 de Setembro, quando um motorista da Prefeitura, sem dar sinal de conversão, atravessou um caminhão na frente da motocicleta de Robson. Desde aquele instante, o rapaz nunca mais voltou a caminhar, ficando tetraplégico devido à gravidade do acidente.

Robson teve o fêmur da perna direita quebrado na altura da coxa. Durante 59 dias, em que esteve internado no Hospital Sapiranga, seus pais e familiares sofreram. Foram 32 dias na UTI, dos quais dez dias em coma. “Ele era o meu braço direito. Me ajudava muito em casa. É uma coisa muito triste”, avalia Ari Gonçalves de Oliveira, 68 anos, que é o pai de Robson.

Não bastasse todo o sofrimento em ver o filho acamado, sem nunca mais poder se locomover, a família enfrenta a burocracia do Estado e do Município em prestar a assistência médica que os pais entendem ser a mais adequada.“Tudo o que obtivemos de suporte assistencial foi através de processos na Defensoria Pública e via Ministério Público”, afirma Ari.

Saúde e a judicialização

– Mensalmente, para que a família de Robson mantenha a dieta prescrita pelos médicos, são necessários 56 litros de leite especial (sem sacarose, sem glúten e sem lactose). “Este leite especial é o único que ele pode ingerir, via sonda gástrica. Só obtivemos ele depois de ingressar com uma ação na Defensoria Pública. Mas, esse mês, a Secretaria Estadual não enviou o leite”, relata a mãe de Robson, Elina Kaminski de Oliveira, 63 anos.

– Quando o envio da dieta enfrenta interrupção, não resta outra medida para a família. É preciso ingressar com uma ação para bloquear valores da conta da Secretaria Estadual da Saúde para a compra do leite especial.

– Foi através de uma ação via Ministério Público que a família de Robson obteve outro equipamento fundamental para o dia a dia. “Depois de três anos de luta, conseguimos uma espécie de ‘cegonheira’ para levantar o Robson. É um equipamento caro e que custa R$ 8 mil e o Estado teve que pagar”, relembra Ari.

Poder Público explica a dificuldade no caso

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde, a última entrega do leite especial para a família de Robson ocorreu em dezembro. A expectativa é de que o atendimento seja regularizado em fevereiro. Por sua vez, a Secretaria de Saúde de Sapiranga, argumenta que os médicos que acompanham o caso de Robson, sustentam que o quadro é irreversível. “Estamos prestando toda a assistência possível. A fisioterapia será retomada a partir do momento que o senhor Ari trouxer a prescrição da necessidade das fisioterapias, assim o serviço será agendado e retomado em breve. Por isso que as fisioterapias não estavam ocorrendo”, pondera Janete Hess, secretária de Saúde.

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