Os padrões da obesidade central nos pacientes

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Por Davi Chaves Freire, médico endocrinologista da Unimed Encosta da Serra

O paciente que procura o endocrinologista devido a obesidade central frequentemente o faz devido ao desconforto estético associado – as roupas estão apertadas e a silhueta não é mais a mesma de outros tempos. Mas será que esse padrão de deposição de gordura tem algum outro significado? “Por que frequentemente, e indiscretamente, profissionais de saúde medem o diâmetro da minha barriga?”

O motivo dessa avaliação se refere a associação da obesidade central (visceral) à ocorrência de diversos problemas de saúde.

O tecido adiposo não se constitui em mero depósito de energia. É também um órgão metabolicamente ativo. E é nesse aspecto que os padrões de deposição de gordura visceral e subcutânea divergem, sendo a primeira e maior produtora de mediadores inflamatórios que promovem resistência à ação da insulina e aceleram a deposição de gordura nas artérias.

Pessoas com padrão obesidade abdominal (visceral) estão sob maior risco da ocorrência de diversas patologias como: hipertensão arterial, doenças cardíacas, alteração no metabolismo dos lipídios (colesterol e triglicerídeos), diabetes, câncer colorretal, câncer de mama, doença de Alzheimer e doença gordurosa do fígado.

A medida da CA deve ser realizada ao final de uma expiração normal. Se coloca a fita métrica em direção horizontal na distância entre a borda da última costela e a crista ilíaca (para identifica – lá coloque as mãos nas laterais do quadril, a crista ilíaca e o ponto mais alto). A fita deve ficar ajustada a pele, sem enrugá-la.

Não há consenso sobre o valor de referência que deve ser utilizado no Brasil. Isso se deve a grande diferença dos valores de referência dependendo da etnia considerada. Apesar dessas limitações, o critério de ao menos 102cm em homens e ao menos 88cm em mulheres pode ser utilizado.

Além do excesso de peso corporal, idade, sexo masculino e genética são fatores que contribuem para o padrão de obesidade central.

A conduta inicial envolve a implementação de mudanças nos hábitos de vida, na qual prioriza-se a perda de peso e introdução ou intensificação de atividade física. É recomendável o acompanhamento médico e nutricional, já que comprovadamente melhora as taxas de sucesso.

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