ONG Cururuay: cuidado com o Rio dos Sinos

Colchões, sofás e equipamentos de informática: alguns dos itens que são descartados no Rio dos Sinos - Foto: Divulgação/Cururuay

Sapiranga – O Projeto Cururuay (nome dado pelos indígenas para o Rio dos Sinos) trata-se de um projeto para a recomposição de toda a mata ciliar da bacia hidrográfica dos Sinos, através da produção em massa de mudas nativas a partir de horto sementeiro, mecanizado, para a produção de seis milhões de unidades nos seus 1.500 km de margens.

Além disso, a organização não-governamental (ONG) também realiza mutirões de limpeza do Rio dos Sinos, nos quais percorre o trajeto desde a cabeceira do Sinos até a Ilha da Pintada, e recolhe, em cada uma das ações, mais ou menos 10 toneladas de lixo, com a ajuda de voluntários que se reúnem em cerca de 30 barcos.

O vogal da ONG Cururuay, Renato Wallauer, conta que o objetivo das ações da entidade, que também realiza palestras ambientais em escolas, é fazer com que as pessoas entendam que fazemos parte de um todo, como sociedade, e que o cuidado com o meio ambiente é tarefa de todos. “A própria sociedade sapiranguense tem grande responsabilidade no cuidado. Cada indivíduo deve fazer a parte que cabe a si, e não somente deixar para a prefeitura cuidar. Cada um deve cuidar da sua calçada, cuidar do meio ambiente, podar as árvores nas épocas certas, não largar lixo no pátio ou no rio, tudo isso é consenso que temos. A grande preocupação que temos é evitar que se coloque lixo no rio. Se tem bastante, vamos tirar e mostrar para conscientizar a comunidade, pois está na hora de acordar, essa é a água que se bebe, nas casas e nas escolas”, explica Renato.

Conscientização é o foco

Vogal da ONG, Renato dedica sua vida à preservação ambiental – Foto: Henrique Ternus

Renato conta que a Cururuay nasceu em 2006, no episódio que causou a mortandade de cerca de 90 toneladas de peixes. Na época, Renato se juntou com outras pessoas e entidades, engajadas na limpeza do rio, e criou a ONG para atuar na parte do Rio que passa por Sapiranga e região. Além do recolhimento do lixo, a ONG se preocupa com o reflorestamento das Áreas de Preservação Permanente (APP), através do plantio de mudas, e com palestras de conscientização da camada mais jovem da sociedade. Em 15 anos, Renato conta que são mais de 250 palestras realizadas, e que atingiram mais de 40 mil alunos.