O universo é retratado pelo olhar de jovem de Sapiranga

Sapiranga – “A imaginação do quão pequenos somos comparado a imensidão do universo”, desde pequeno já pairava na cabeça do administrador de redes Ayrton José Lopes, de 25 anos, morador do Centro de Sapiranga. Documentários sobre astronomia, filmes e diversos livros antecederam a aquisição de um telescópio sempre em busca de conhecimento sobre o universo. Infelizmente, para a decepção de Ayrton, o equipamento estava longe de ser uma estrela. “Veio a idéia de comprar um telescópio só para observação mesmo, mas nunca conseguia comprar por conta do custo alto. Acabei conseguindo meu primeiro telescópio há 3 anos. Um Newtoniano da marca Greyka de 150mm. Foi uma das piores decepções da minha vida, a ótica dele é horrível. A aberração cromática era tanta que impossibilitava ver os planetas e as nebulosas mais próximas”, lamentou. Nem mesmo o trabalho e faculdade conseguiram apagar a antiga paixão. A prática da observação entrou definitivamente na vida do administrador a partir de um amigo que apresentou uma foto da Via Láctea.

Da inspiração ao hobbie

A referida imagem sequer havia sido feita com um equipamento profissional. “A foto foi feita com uma câmera e lente Canon normal. Aí foi um beco sem saída, comecei a pesquisar, ir atrás de como fazer astrofotografia. Acabou que acabei conhecendo e fazendo amizades com vários astrofotógrafos famosos, dentre eles, os gaúchos Rafael Compassi, um dos melhores do Brasil e o Avaní Soares, o melhor fotógrafo de planetas do Brasil”, julgou.

Captação das imagens

Hoje já com um equipamento mais especializado, Ayrton explica que não é tão simples fazer uma imagem no momento certo. “Isso é um caso bem complicado, depende de alguns fatores. O céu tem que estar limpo 100%, não pode ter lua cheia (pois a lua cheia tem muita luz que acaba prejudicando no resultado), é interessante estar em uma temperatura local agradável, e por aí vai. Todos os registros são feitos a noite, e podem levar horas ou dias até serem concluídos”, explica. Ele revela que o trabalho mais longo já feito foi a Nebulosa da Gaivota (IC 2177), onde foram mais de 7 horas de exposição. As diversas fotos feitas nesse período foram empilhadas com um software especializado juntando diversos detalhes.