Não é experimento científico, mas eles precisam de um lar

Região – Entre os cães que estão no canil de Sapiranga e na casa de passagem utilizada pela Prefeitura de Campo Bom para recuperação dos bichos não há beagles. Os animais sem raça definida que estão nestes locais não passam por experimentos científicos da indústria farmacêutica, mas chegam, muitas vezes, debilitados, doentes, machucados e acuados. Em sua maioria, vítimas de abandono. E, ao contrário do episódio envolvendo o Laboratório paulista Royal (onde dezenas de pessoas – mobilizadas via Facebook) arrombaram a sede da empresa para resgatar centenas de beagles, as visitas para adotar um “vira-lata” não são tão comuns nestes municípios.
Além de pensar em estratégias para a guarda responsável destes animais, as prefeituras encontram dificuldades em adequar suas estruturas de acolhimento. Em Sapiranga, o canil entrará em reformas ainda este ano.
Para Campo Bom o secretário de Meio Ambiente, José Orth, estima que a implantação de uma sala cirúrgica contribua na colocação de vários chips que servirão para o controle de animais de rua.
Ronda
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV), destaca que possui controle rígido sobre os municípios com canis. “Nossa fiscalização procura as secretarias responsáveis pela área e apresenta um balanço das adequações necessárias”, explica José Pedro Soares Martins, do CRMV.
E foi em uma destas vistorias que o roteiro de inspeção do CRMV encontrou inconformidades no canil de Sapiranga. “A estrutura possui irregularidades e procedimentos fora das recomendações”, conta Martins.
Para mudar esta situação, Prefeitura de Sapiranga e Câmara de Vereadores acordaram que R$ 50 mil do orçamento de 2013 do Poder Legislativo, serão utilizados para melhorias estruturais no prédio. “Quando a reforma estiver concluída, castraremos 250 animas todos os anos”, informa o coordenador da Vigilância Sanitária, Tiago Fontes.
Com a proposta de manter um controle rígido sobre as situações de abandono de animais, Campo Bom e Sapiranga pretendem instalar chips nos animais de rua. O mecanismo eletrônico não possui bateria e em vários países europeus ele já é utilizado para controlar zoonosos.
Campo Bom tem blog que estimula a posse
Para 2014,  a Prefeitura pretende iniciar a castração de cães e gatos em um espaço próprio, no Loteamento Industrial Norte . “Teremos um mini-hospital em breve”, conta o secretário de Meio Ambiente, José Orth. Cerca de 15 animais são castrados por semana em uma clínica terceirizada. Uma feira de adoção ocorrerá este mês. Para incentivar a adoção e divulgar as ações, a secretaria possui um blog (posseresponsavelcampobom.blogspot.com.br).
Qualificação em Sapiranga
O canil será reformado e ampliado. A intenção da Vigilância Sanitária e tornar o espaço capaz de fazer castrações. Para deixar o local dentro das normas do Conselho de Medicina Veterinária do Estado, o local contará com novos equipamentos além de uma sala de cirurgia. A inovação ficará por conta de um chip que será implantado na nuca dos cães que forem doados.