Myrabel fecha e deixa 381 desempregados

Região – O encerramento  das atividades no Calçados Myrabel gerou a demissão de pelo menos 381 pessoas. O mercado calçadista na região ainda sofre com a fase em que a cotação do dólar esteve em baixa. A empresa mantinha grande parte de sua produção com a exportação de produtos.
O Calçados Myrabel, que empregou centenas de pessoas durante meia década, enfrentava problemas financeiros há alguns anos. Conforme o Presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga, Júlio Cavalheiro, a empresa lutava durante um longo período para se reestruturar. Porém, o Myrabel não conseguia mais manter um giro internamente. “O Calçados Myrabel não tinha um nome solidificado no cenário nacional. Esse foi o grande causador da crise da empresa”, relata Cavalheiro.
O presidente frisa que  o mercado coureiro-calçadista está em um período favorável. “São fatos isolados que geraram o fechamento dessas empresas. Nós temos a ideia de que essas pessoas sejam empregadas em no máximo 120 dias”, revela. O prazo é estipulado com base em fechamento de outras empresas. “Muitas pessoas também buscarão por vagas em outros setores”, destaca Júlio.
Demissões de empresas nos últimos anos
Em abril de 2013, o Calçados Daiby, de Sapiranga, também encerrou as atividades. Na época foram demitidos cerca de 480 funcionários. O grande vilão para que a empresa fechasse também foi o dólar, que se manteve em baixa durante um longo período.
Em Campo Bom, outras duas grandes empresas fecharam nos último anos. A Schmidt Irmãos Indústria Ltda, que demitiu, em 2011, cerca de 500 funcionários, também foi vítima da alta do dólar. A empresa ainda trabalha no encerramento das atividades. Os funcionários receberam seus direitos cumprindo todas as normas estabelecidas pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
A Studio TMLS, empresa a qual mantinha uma linha de produção dentro da companhia encerrou as atividades no final de 2012. As causas não ficaram claras para o Sindicato dos Sapateiros de Campo Bom, porém a empresa passava por dificuldades financeiras. Foram demitidos aproximadamente 150 funcionários. Para receber, eles tiveram que entrar na justiça para ganhar o valor da rescisão de contrato. Hoje, todos os ex-funcionários receberam o valor devido pela empresa.
Empresa do ramo metalúrgico também sofreu com problemas financeiros. Cerca 140 funcionários foram demitidos da Sudmetal dia 22 de janeiro, do quadro de 430 que compõem a empresa. Conforme Mauri Schorn, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá, os funcionários não estavam recebendo férias, e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), bem como atrasos nos salários mensais estavam sendo cobrados.