Murici destaca a produção da mais pura farinha de milho

Araricá – A vida de quem é empreendedor não é fácil. E para quem busca gerar renda no meio rural, tudo fica ainda mais difícil. Mas, com perseverança e metas bem estabelecidas é possível superar os obstáculos. E foi isso que uma das pessoas mais queridas e conhecidas do município fez.
O caboclão Murici, natural de Rolante, mas que escolheu Araricá para viver, aproveitou um moinho de pedra que seria jogado fora por um amigo, para montar a sua própria agroindústria. Mas, antes de iniciar a produção da farinha de milho Cabocla, Murici aguardou mais de um ano até que a AES Sul levasse a rede trifásica para a rua onde está a sua propriedade, no bairro Campo da Brazina. “Precisei almoçar com gente graúda para pedir que fizessem a rede trifásica aqui”, recorda. 
Com todos os alvarás, licenças e inspeções sanitárias realizadas periodicamente, Murici destaca que a farinha de milho é produzida com muito amor, capricho e honestidade. “Compramos o milho de uma empresa do Paraná. Produzimos 120 quilos de farinha todos os dias”, comenta. 
Para produzir e vender a farinha 100% natural, Murici conta com a ajuda da esposa, Terezinha da Silveira, 67 anos, e do namorado da sua neta, Lucas Vieira, 18 anos. “A Tereza e o Lucas são os responsáveis pela embalagem e a distribuição”, conta.
Milho e moinhos
Durante a sua infância e juventude, em Rolante, Murici relembra que o moinho de milho era um meio de sobrevivência das pessoas do interior. “Os armazéns ficavam longe e o agricultor plantava e utilizava o grão para diferentes pratos, como a canjica, o cuscuz e até o pão de milho”, cita.
Valor da terra
Na sua propriedade de nove hectares, além de gerenciar a produção da farinha, Murici ainda divide o tempo para outras ocupações. “Temos 120 pés de uva na propriedade, que nos ajudaram a produzir 450 litros de suco e ainda 250 quilos de geléia de uva”, destaca caboclão Murici.
Farinha de Milho Cabocla
> A farinha de milho Cabocla é vendida em mercados de Araricá, Campo Bom, Sapiranga e São Leopoldo. Os pacotes de um quilo respeitam as exigências sanitárias e é vendido aos comerciantes por R$ 1,60. “O preço final oscila, em razão de que cada dono de mercado coloca um percentual em cima”, explica Terezinha.