Municípios da região apresentam diferentes sugestões ao plano de concessões de rodovias

Foto: Arquivo/JR

O programa Avançar RS, idealizado pelo Governo do Estado, prevê entre suas diferentes áreas de abrangência, o projeto para concessão de rodovias estaduais com previsão de R$ 10,6 bilhões em investimentos em 30 anos. As estradas foram divididas em três lotes, e o critério adotado para a divisão focou em proximidade geográfica, lotes viáveis sob forma de concessão comum e extensão capaz de atrair o maior número de investidores. As rodovias que cruzam as cidades de abrangência do Grupo Repercussão (RS-239, RS-020, RS-115 e RS-474) foram alocadas no Bloco 1, que conta com outras rodovias e abrange 13,3% da população do estado. Além das melhorias nas rodovias, o plano de concessões também projeta extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que, atualmente, administra a maioria das estradas que integram o pacote.

Após apresentar o projeto, o Governo do Estado abriu consulta pública para envio de sugestões ao plano, objetivando o aprimoramento da ideia inicial. As propostas já foram enviadas pelos municípios e audiências públicas foram realizadas em diferentes cidades da região para detalhar as propostas dos trechos. “O Rio Grande do Sul dá um passo fundamental para um novo futuro e isso depende muito da qualidade da infraestrutura. O modelo de concessão que apresentamos à sociedade gaúcha dará mais segurança a quem circula pelas nossas estradas, vai melhorar o ambiente de negócios e, com isso, aumentar a geração de oportunidades, com mais emprego e renda”, projeta o governador Eduardo Leite.

Agora, o Governo do Estado realiza a análise das sugestões e, até o final de setembro, existe a expectativa que o edital final seja publicado. O Governo projeta ainda que em dezembro as empresas vencedoras dos leilões possam assumir os lotes das rodovias.

Propostas diferentes apresentadas por Parobé e Rolante

Um levantamento realizado pelo Grupo Repercussão, elencou as demandas apresentadas pelos municípios da região ao plano inicial proposto pelo Governo do Estado. Parobé, por exemplo, apresentou quatro solicitações formais: a construção de uma interseção junto ao Viaduto Alexandria; a construção de uma passarela ou instalação de iluminação no km 43,5 próximo da Mossmann Alimentos; um acesso ao Residencial Azaléia; e uma barreira para evitar o fluxo de pedestres ou alteração do retorno no km 47,5, junto à passarela da antiga sinaleira do Rubinho. Já Rolante entende como necessária a duplicação do trecho da RS-239 entre a RS-020 e a RS-474; construção de ciclovias até o acesso ao Instituto Federal e no trecho que faz divisa com Riozinho; e o desvio das enchentes no trevo de acesso do município.

Campo Bom, Sapiranga e Riozinho

Diferentes locais da RS-239, no trecho que cruza Campo Bom, receberam sugestões por parte da Prefeitura. No acesso junto à Avenida Carlos Strassburguer Filho, foram sugeridas a instalação de faixas de aceleração para resolver os problemas de interseção com a rodovia. No acesso junto à rua Cel. Gaelzer Neto, foi sugerido o fechamento de retorno. Sugestões no acesso à Vila Brito e passarela no local também estão entre as demandas.

Sapiranga apresentou sugestões como a construção de viaduto, passarelas e intervenções para evitar alagamentos. Próximo ao IFSul e também ao viaduto do bairro São Luiz foram dois locais sugeridos para construção de passarela. O viaduto sugerido para construção foi junto à Avenida Mauá, para que a travessia da rodovia possa ser realizada. Canalização no viaduto do bairro São Luiz foi sugerido para acabar com problemas de alagamentos, assim como sugestões de melhoria no retorno de acesso ao bairro Amaral Ribeiro.

A Prefeitura de Riozinho também projeta melhorias no trecho da RS-239 que passa pela cidade. Conforme o prefeito Marquinhos Pretto, foi solicitado que o trecho que liga Riozinho a Maquiné seja incluído na concessão. Caso isso seja contemplado, a Prefeitura projeta, no primeiro momento, o asfaltamento do trecho, permitindo mais uma alternativa de deslocamento ao litoral, podendo, inclusive, aliviar o fluxo de veículos que se dirigem as praias pela RS-474.

Sugestões em Taquara

As três rodovias da região que integram o trecho 1 do plano de concessões cruzam o território de Taquara. E todas elas receberam sugestões de melhoria no trecho em que englobam a área da cidade. Na RS-020, em diferentes pontos, foram solicitadas a construção de passarelas, interseções, rotatórias e acostamentos. Já no trecho da RS-239, duplicação, passarelas e interseções estão entre as sugestões. As mesmas propostas são sugeridas para a RS-115.

Opiniões

Carina Nath, prefeita de Sapiranga. “Nós não podemos esperar todo esse tempo de 30 anos para receber as melhorias na RS-239. As mortes estão acontecendo hoje, então nós precisamos dessas melhorias imediatamente”.

Marquinhos Pretto, prefeito de Riozinho. “Nós conseguindo alcançar os nossos pleitos,  com certeza teremos uma melhoria muito grande, tendo em vista que teríamos investimentos no trecho da cidade que hoje não é contemplado”.

Pedro Rippel, prefeito de Rolante. “Em relação às obras que entendemos que precisam ser contempladas, todas são obras muito importantes para atender a demanda do nosso município. Todas deveriam constar na concessão”.

Diego Picucha, prefeito de Parobé. “Defendemos a participação da sociedade na elaboração desse processo de concessões. É um tema seríssimo e que terá impacto por 30 anos na vida das nossas comunidades”.

Leandro Horlle, prefeito de Igrejinha. “Logo que nós tomamos conhecimento do plano de concessões do Estado, já nos manifestamos contrariamente a instalação de um pedágio previsto para o km 60 da ERS-020, que estava anunciado como Taquara mas que na verdade ficaria entre a localidade de Lajeadinho e Nova Aurora, no município de Igrejinha. Participamos de várias audiências e manifestamos nossa contrariedade, pois o pedágio ali impediria que algumas comunidades do interior de Igrejinha pudessem chegar a zona central do município sem pagar pedágio. Saudamos com muita alegria essa mudança da localização inicialmente prevista, pois da forma como estava impactaria negativamente vários moradores do interior e pequenos produtores rurais, que teriam que pagar para realizar compras ou procurar atendimento médico e escolar na cidade”.