Municípios adquirem medicamentos para tratamento preventivo da Covid-19

Medicamento será entregue apenas sob prescrição médica Foto: Nadine Funck/PMCB

Por Caroline Waschburger

Sapiranga – Com o avanço da pandemia na região, medidas alternativas, como a aquisição de medicamentos em massa para prevenção e tratamento precoce da Covid-19, já se tornaram realidade em muitos municípios.

Campo Bom foi um dos primeiros a adquirir medicamentos como Ivermectina, Cloroquina, Hidroxicloroquina e Azitromicina. Porém, a decisão de prescrever ou não o medicamento é exclusiva do médico em conjunto com o paciente, e, por se tratar de medicamentos sem eficácia comprovada, um termo de consentimento entre médico e paciente deverá ser utilizado. Cerca de 120 mil unidades foram adquiridas pelo município.

Sapiranga também anunciou a compra dos medicamentos e deve seguir os mesmos protocolos para a prescrição do medicamento. “A Secretaria de Saúde apenas fornece as medicações e cabe ao médico a indicação e prescrição dos medicamentos após avaliação”, explicou a Secretária de Saúde Janete Salvati Hess. A Prefeita Corinha ainda ressaltou que o município está empenhado na luta contra a Covid-19. “A pandemia do novo coronavírus alterou a vida de todos. São tempos difíceis e, neste momento, o principal compromisso da Administração Municipal é manter a saúde e o bem-estar dos sapiranguenses”, afirmou.

Uso dos medicamentos depende de um acordo entre médico e paciente

De acordo com o Dr. Rafael França, diretor da ABSM, o uso de Ivermectina, Cloroquina, Hidroxicloroquina e outros antibióticos como Azitromicina não possui comprovação de benefício clínico. Existem apenas indícios e sugestões, mas não comprovação científica. Por isso, para que os medicamentos sejam utilizados, precisa-se de um acordo entre o médico e o paciente. “Nenhum médico pode ser condenado pelo uso ou pelo não uso, porque ainda não temos evidência científica para isso”, ressaltou o doutor.

Efeito dos remédios é estudado

Por ainda não haver um tratamento padrão, muitos municípios adquiriram medicamentos em massa. O Dr. Rafael também explicou que, na busca por um tratamento, houve uma corrida a estes medicamentos, e isso resultou em uma alta no preço ou até mesmo na falta de certos remédios. Porém, quanto ao uso da Hidroxicloroquina, por exemplo, é importante lembrar que existem efeitos colaterais. Seu uso pode gerar arritmia e inclusive parada cardíaca. O medicamento está sendo estudado para comprovar se é eficiente e seguro, mas, até o fechamento desta edição, não foram publicados estudos que comprovem a eficácia.

Por isso, a Secretaria de Saúde de Sapiranga ressalta: “Adquirimos os medicamentos sugeridos pelo corpo técnico e disponibilizamos para tratamento, mas a terapêutica é uma decisão entre médico e paciente”.

Araricá e Nova Hartz na prevenção

Nova Hartz e Araricá também se prepararam para o enfrentamento da pandemia. “Hoje, dispomos de antibióticos, analgésicos e corticosteróides que são utilizados conforme Orientações da OMS. Dispomos também dos medicamentos que são de Fornecimento do Ministério da Saúde, e aguardamos repasse de Cloroquina que será feito aos municípios pela Secretaria de Saúde do Estado”, ressaltou a farmacêutica Janaina Baptista, da Secretaria de Saúde de Nova Hartz. Em Araricá, de acordo com a Secretaria de Saúde, os medicamentos Azitromicina, Prednisona, Tamiflu, Paracetamol e Dipirona também são disponibilizados, com a avaliação médica e critérios para atendimento de cada paciente com suas comorbidades. O uso de Ivermectina nos dois municípios segue o protocolo usado em Campo Bom e Sapiranga, disponibilizando somente mediante receita.