Mulheres vítimas de agressão fogem do silêncio e buscam ajuda

Região – O número de registros de mulheres que sofrem violência aumenta a cada ano. Porém, na maioria dos casos, o que aumenta não são as agressões, e sim, a coragem que as vítimas precisam ter para ir atrás de ajuda e se livrar do sofrimento.
Em Sapiranga, o número de mulheres que procuraram ajuda junto ao Centro de Referência da Mulher Alzira Valesca Lampert Fett até o final do mês de setembro já havia chegado a 129, somente em 2014, índice maior do que o de registros de todo o ano de 2013, quando foram 124.
“Fui casada por 12 anos e precisei me separar para me livrar das agressões físicasm que cada vez eram piores. Tenho quatro filhos e tive medo de não conseguir ajuda, mas desde o início o Centro de Referência me deu total apoio, me encorajando a sair daquele sofrimento”, explica uma vítima que teve atendimento em Sapiranga.
Araricá, Nova Hartz e Campo Bom também possuem locais especializados para atender aquelas que procuram reconstruir suas vidas longe de agressões.
Denúncias no Disque 180
*De acordo com o balanço da Central de Atendimento à Mulher, através do Disque 180, realizado em 2013, 81% dos autores das agressões são de pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo com as vítimas.
*Segundo uma pesquisa realizada no primeiro semestre de 2014, 50% dos casos relatados são referentes à violência física e 32% psicológica e 10% moral. Os 8% restante dividem-se entre violência sexual, patrimonial, cárcere privado e tráfico de pessoas.
*No primeiro semestre de 2014 foram atendidas 265.351 ligações através do 180, das quais 33% foram para pedir informações sobre as leis, serviços, campanhas e direitos da mulher.
*77% das mulheres atendidas no 180 sofrem agressões semanais ou diariamente.
Existe e funciona
Em Sapiranga há o Centro de Referência da Mulher Alzira Valesca Lampert Fett, localizado na Av. 20 de Setembro, no bairro Oeste. O espaço oferece apoio psicológico, jurídico, alimentício e social à mulheres vítimas de agressão. “Possuímos um abrigo para as mulheres que não têm para onde ir”, explica a coordenadora, Maria Isabel do Carmo.
Grupo que apoia
O local de acolhimento indicado em Nova Hartz fica junto à Secretaria de Desenvolvimento Social, que possui uma equipe técnica responsável por oferecer orientações, acompanhar na Delegacia de Polícia e em audiências no Foro. Esta equipe é composta por mulheres que visam o fortalecimento de vínculos e esclarecimentos sobre a Lei Maria da Penha.
CREAS atende
O Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), em Campo Bom, é responsável por atender não apenas mulheres vítimas de agressões, mas qualquer vítima de violência doméstica. Em 2012, o CREAS registrou 30 casos de mulheres vítimas de violência. Em 2013 ingressaram mais 43 situações.
Mínimos registros
Em Araricá os registros de mulheres que buscam ajuda junto à Secretaria de Assistência Social são quase inexistentes. Há o reconhecimento de dois casos no município, um que foi atendido pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Araricá, e o outro que foi procurado pela Coordenadoria da Mulher de Sapiranga, que oferece maiores recursos.