‘Mudamos o mundo com o cérebro, não com o braço‘

Sapiranga – A acessibilidade arquitetônica é um direito de todo cidadão, independente de raça, condições físicas, financeiras, emocionais, religiosas, ou qualquer outro fator que difere os seres humanos. Ambientes de uso coletivo, sejam públicos ou privados, devem possibilitar que as pessoas com deficiência possam acessá-los. 
Segundo o Presidente do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência Física de Sapiranga, Mário Machado da Silva, existe uma dificuldade imensa para pessoas com necessidades especiais no que se trata de mobilidade. Ele afirma que 99% da cidade é inacessível para uma parte social, independente da deficiência – “Não temos calçadas, elevadores nos órgãos públicos, nem planejamento estratégico. Esperamos que no próximo ano providências sejam tomadas, juntamente com as entidades fiscalizadoras, para que melhore as áreas de maior problemática” – ressalta Mário, que também possui deficiência física.
O vereador sapiranguense e também portador de necessidades especiais, Sandro Seixas (PP), afirmou que a cidade ainda tem muito que progredir, e que outras questões preocupam mais do que simplesmente a iniciativa do poder público – “Estamos nos preocupando demais com o que a Administração pode fazer. A acessibilidade é muito mais do que isso, ela é um processo de conscientização geral. Não adianta o poder público investir em elevadores, se os lojistas não investirem em rampas de acesso, calçadas, marcações, entre outros. A população tem que saber o quão importante é o respeito ao deficiente, pois afinal, somos todos iguais” – destaca Seixas. 
Tanto Mário Machado quanto Sandro Seixas buscam alternativas para que haja uma melhora no acesso para todos. Um projeto já aprovado prevê elevadores na Prefeitura Municipal e na Câmara de Vereadores, com verba já destinada. Falta agora a execução do projeto, que necessitará de uma reestruturação em ambos os lugares. Ambos entrevistados afirmaram que vão continuar buscando alternativas para que, cada vez mais, todos possam ser um só.
Segundo a definição de acessibilidade adotada pela Norma Brasileira de Regulamentação – NBR – 9050:2004 (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2004), afirma que deve haver a “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano e elementos”, o que em algumas situações, não ocorre.