MP investiga se combustível clandestino criado em Campo Bom foi revendido a postos da região

Campo Bom – Depois de monitorar por meses o engenheiro químico que criou um combustível semelhante à gasolina, a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público investigará se postos de combustíveis da região adquiriram ou encomendaram o produto.

Durante a operação na manhã desta terça-feira (14) na empresa campo-bonense, a Promotoria encontrou 600 litros desse combustível. Conforme o promotor Alcindo da Luz Bastos Filho, responsável pelo caso, a localização desse produto ilegal e que não possui autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) será encaminhado para análise em Porto Alegre. “O único local que pode verificar que substância é essa é o Laboratório de Combustíveis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que é o órgão credenciado pela ANP para analisar casos deste tipo”, revela o promotor.

Uma amostra desse combustível clandestino chegou para a Promotoria de Defesa do Consumidor através de um informante que adquiriu uma quantidade do produto. O promotor revelou que na empresa foram encontrados 600 litros do combustível. A indústria de solventes possuía todos os alvarás da Prefeitura de Campo Bom. “Isso dava as condições necessárias para que o indivíduo adquirisse uma série de produtos químicos”, admite o promotor.

Promotoria investiga comercialização do combustível

Até o momento, não há nenhum indício se postos de combustíveis da região do Vale do Sinos compraram ou encomendavam o combustível ilegal que era produzido em uma indústria química campo-bonense. “Temos informações de oficinas mecânicas que compravam este combustível. Algumas pessoas que o compravam utilizavam em competições, como rachas e quilômetro de arrancada. Estas situações exigem maior octanagem e por isso necessitavam de um combustível especial. Dentro de alguns dias teremos os resultados que serão fornecidos pela UFRGS”, destaca o promotor.

Para dar continuidade às investigações, o responsável pela elaboração do combustível ilegal foi encaminhado até a 1ª Delegacia de Novo Hamburgo. Computadores, o telefone e aplicativo WhatsApp do preso serão analisados para verificar quem eram os compradores do combustível.