Movimento mantém acampamento em área particular de Sapiranga

Moradia | Grupo foi até a Câmara de Vereadores cobrar apoio

Sapiranga – Há mais de dez dias ocupando uma área de terras particular no bairro Amaral Ribeiro, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito (MTD) reuniu parte dos manifestantes esta semana para cobrar apoio à causa junto ao vereadores sapiranguenses. Além de pressionar o Legislativo, a líder do movimento, Juliana Camargo, tentou utilizar a tribuna para expor o drama da falta de moradia das centenas de famílias acampadas. Porém, acabou esbarrando no Regimento Interno da Câmara, que cobra a inscrição do interessado com 48 horas de antecedência.
O presidente da Câmara de Vereadores, Vilmar Machado (PTB), se colocou à disposição do Movimento. “Minha sala está aberta. Mas, adianto que não é o vereador que resolve. A reinvindicação é importante e vocês estão aqui cobrando um direito”, destacou o presidente Vilmar Machado.
Sem conseguir utilizar a tribuna, os líderes do movimento prometem voltar na próxima semana. Juliana Camargo, uma das líderes do MTD, disse que as famílias manterão o acampamento por prazo indeterminado. “A juíza que cuida do caso pretende ouvir nós do MTD e o dono da área de terra. Talvez, ela chame até mesmo a Prefeitura para dialogar, para encontrarmos uma saída. É isso que esperamos”, explica Juliana.
Famílias reivindicam
Entre os integrantes do movimento que buscam por uma moradia está a desempregada Jaqueline Dias da Silva, 27 anos e a sua prima, Pérola Souza, 25 anos. Ambas moram em uma casa alugada no bairro Amaral Ribeiro. “São cinco crianças na casa. Há pouco tempo recebi uma carta de despejo. Com um salário mínimo é difícil até mesmo pagar a conta de água e energia. Desde os 21 anos tenho cadastro na Prefeitura e nunca fui contemplada nos programas habitacionais”, comenta Jaqueline. Pérola Souza revelou que nas vezes que buscou se inscrever nos programas da Prefeitura, o sistema sempre estava fora do ar.
MTD quer acordo
Líderes do movimento estão aguardando a juíza que cuida do caso chamar as partes. “Queremos que a Prefeitura desaproprie a área de terra e que ela seja vendida ao movimento, pelo mesmo valor da última transação”, explica Juliana Camargo. Atualmente, estão acampadas na área mais de 500 famílias em 314 barracos. “Cada barraco tem no mínimo duas famílias e mais pessoas estão nos procurando”, cita.