Morte de recém–nascido ainda sem explicações

Campo Bom – Passados 12 meses da morte do recém-nascido Bernardo Bender Leste, que faleceu devido à complicações de uma pneumonia no Hospital Doutor Lauro Réus, em abril de 2013, a Polícia Civil concluiu o inquérito do caso e encaminhou ao judiciário. A investigação corre em segredo de justiça. Para os pais de Bernardo, não restam dúvidas: ouve negligência da equipe que atendeu o recém-nascido.
O advogado da família, Nereu Vidal da Luz, explica que no processo civil, a causa em análise é contra o Hospital e o Município. “Neste processo provaremos que a negligência ocorreu e o Hospital e o Município possuem culpa”, explica. No processo penal, que será julgado em Campo Bom – local do fato – será buscado a penalização dos profissionais que atuaram naquela noite.
Para a mãe de Bernardo, a comerciária Adriana Bender Leste, a situação revolta. “Profissionais que atuaram aquele dia continuam trabalhando normalmente. Buscamos explicações com os vereadores de Campo Bom, que se comprometeram de levar à secretária de Saúde, Ilaine Pletsch, para prestar esclarecimentos, e isso não ocorreu”, disse Adriana.
Defesa dohospital
O Hospital de Caridade São Roque assumiu a gestão do Lauro Reus em 1º de novembro de 2013. Por se tratar de um caso que ocorreu no mês de abril de 2013, e nesta data a gestão era feita por outra empresa, e por não ter como avaliar os fatos ocorridos na data supra mencionada, baseando-se somente nas anotações e prescrições realizadas na ocasião do fato, o Hospital de Caridade São Roque se reservou ao direito de não se manifestar em relação às condutas adotadas na ocasião.
Cronologia do caso da morte no Lauro RÉUS
O filho do casal de moradores de Sapiranga, Jeferson e Adriana Leste, nasceu no Lauro Réus na sexta-feira (5 de abril). O casal alega que após o nascimento, Bernardo deixou de receber a atenção necessária para um recém-nascido. “O pai foi comunicado da necessidade de transferir o garoto no sábado (6 de abril), perto da meia-noite”, disse Nereu.
Na noite de sábado (6 de abri), a família conseguiu um laudo médico apontando a necessidade de transferir o recém-nascido para uma UTI Neonatal. Sem leitos na rede pública, a internação judicial foi a saída encontrada pela família. No domingo (7 de abril), quando o menino seria transferido, ele sofreu uma parada cardíaca e morreu.
Posterior a morte, a familiares iniciaram uma série de mobilizações, que culminaram com diferentes ações. Passeatas ocorreram pelo Centro de Campo Bom, cobrando justiça. Para simbolizar a morte do garoto, uma cruz foi colocada na entrada do Lauro Réus, e posteriormente, retirada pela equipe de seguranças.
Atualmente, Adriana e Jeferson, necessitam de acompanhamento psicológico semanalmente, para tentar superar a dor. Sobre o futuro, Adriana cogita tentar uma nova gravidez. “Venho conversando com o meu esposo, que até reverteu uma vasectomia”, revela.