Moradores cobram clareza sobre bicicletas elétricas

Protesto | Câmara de Vereadores recebeu manifestantes e revendedores de veículos alternativos

Sapiranga – Moradores que possuem bicicletas elétricas (veículos que não ultrapassam os 25 quilômetros por hora e movidas a eletricidade) cobraram dos vereadores esta semana uma solução para os casos de guinchamento que estão ocorrendo no município. Uma audiência pública envolvendo o Departamento de Trânsito (Detran), Secretaria de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, vereadores, revendedores, Brigada Militar e usuários deve ser marcada para os próximos dias para esclarecer a legislação e as regras de circulação.
Antes do protesto desta semana, o empresário Ivandro Simon, 25 anos e Juliano Luiz Volpe, 36 anos, dono de uma bicicleta elétrica, procuraram o Repercussão para demonstrar contrariedade à maneira que o tema é tratado no município. “Fui guinchado em Sapiranga por não possuir habilitação para guiar a bicicleta elétrica”, revela ele. O comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar de Sapiranga, Marcelo Carpes, explica que para guiar uma bicicleta elétrica ou ciclomotor é necessário estar habilitado nas categorias ACC ou A. “A única medida que ainda dependia de regulamentação era o licenciamento. Isso, cada município está se adequando e Sapiranga concedeu um prazo para os proprietários destes veículos se adequarem”, explica.
Empresário vendeu mais de 5 mil bicicletas
Outro empresário que discorda da forma que o tema vem sendo tratado na região é o empresário Rudi Schäfer, de Campo Bom. Questionado se repassa informações sobre a legislação vigente aos clientes, Rudi respondeu. “Sim, dou explicação. A bicicleta entrou no Brasil sem a necessidade de documento e de placa. Ela é uma bicicleta elétrica e não um ciclomotor. A confusão toda ocorre em razão de outro tipo de veículo (a popular Shineray), que precisa carteira e placa”, comenta o empresário. Dono da maior empresa de Campo Bom que vende bicicletas elétricas no município, Rudi vai além. “Estão confundindo uma coisa com outra. A bicicleta elétrica não atinge 50 km/h de velocidade. Precisa de carteira de habilitação para conduzir apenas veículos que atinjam mais de 50 km/h de velocidade. A bicicleta elétrica não ultrapassa os 25 quilômetros horários”, comenta. O empresário diz ainda que não tem como emplacar uma bicicleta elétrica. “Me indicaram até fraudar o número de chassi para ocorrer o emplacamento, o que é ilegal. Não se pode falsificar isso.  Nenhuma bicicleta elétrica foi emplacada porque não é possível”, cita.
Empresário comenta
Ricardo Triay, revendedor da Brazilian Bikes, diz que é preciso mudar o Código de Trânsito Brasileiro. “Cabe ao município regulamentar os ciclomotores. A Receita Federal não exige CAT (Certificado de Adequação à Legislação Nacional de Trânsito) quando o veículo é importado. Quando um cliente compra o veículo digo que a regulamentação depende do município”.