Ministério Público do Trabalho detecta irregularidades no Frigorífico Zimmer

Região – O principal frigorífico de abate de carnes no Vale do Sinos, o Frigorífico Zimmer, foi recentemente inspecionado por procuradoras que identificaram irregularidades relacionadas à segurança dos 275 trabalhadores da empresa.
A empresa foi inspecionada, entre segunda e quinta-feira da semana passada, pelas procuradoras Priscila Dibi Schvarcz (coordenadora do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho em Frigoríficos e lotada em Passo Fundo) e Fernanda Arruda Dutra (presidente do inquérito civil e lotada em Novo Hamburgo, unidade administrativa com abrangência sobre Parobé). Durante a audiência administrativa com os representantes da empresa, no final da inspeção, também foi apresentada minuta de termo de ajuste de conduta (TAC). Foi redesignada, ainda, para final de novembro, nova audiência para discussão do TAC proposto.
No relatório, de 89 páginas, indica que a empresa deve adequar irregularidades na recepção de animais (ocorreu acidente com um trabalhador que sofreu traumatismo crânio encefálico por ter sido arremessado por bovino contra parede) e uma série de setores vitais para o bom funcionamento da empresa. Diversos atestados médicos relacionados a adoecimentos osteomusculares na unidade, sobretudo de trabalhadores dos setores de abate, desossa, quarteio e carregamento.

MPT define obrigações que devem ser aplicadas em todos os setores do frigorífico

Entre os apontamos indicados à empresa estão a necessidade da implementação imediata de rodízio técnico eficaz, adequando o trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de forma a proporcionar a efetiva alteração de grupos musculares envolvidos na execução da atividade. Da análise amostral realizada, foram identificados 40 situações de acidente ou doença do trabalho para as quais não houve emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

O que a empresa argumenta:

Procurada, a empresa informou que ainda não acertou o TAC com o Ministério Público do Trabalho (MPT). “Teremos nova audiência no fim do mês. Recebemos o relatório de inspeção onde apontou algumas irregularidades pontuais, e diversas foram resolvidas ainda durante a inspeção do MPT e outras já estavam em um plano de ação de melhorias que vamos implantar até 12/2020. Das melhorias que já realizamos as procuradoras elogiaram a evolução e vamos seguir fazendo as melhorias para os nossos colaboradores, pois valorizamos a nossa equipe, que é o nosso principal ativo”, disse o diretor industrial, Augusto Antoniazi. A unidade abate 400 bovinos diariamente.