Mesmo com preços elevados, procura por extintores é grande

Demanda | Comércio ainda tem dificuldade para atender público 


Região – A resolução 333/2009 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que determina que todos os veículos do país devem estar equipados com extintores de incêndio com carga de pó ABC, continua causando transtornos – tanto aos motoristas, que ainda estão em busca de extintores para adequar seus veículos, quanto para os comerciantes, que continuam a luta junto aos fornecedores para disponibilizar os produtos aos clientes. A resolução, que entraria em vigor em janeiro deste ano, vem desde então sendo adiada, em função da falta de extintores no mercado. 
De janeiro para cá, houve um aumento de, em média, 60% nos preços dos extintores. A diferença do extintor ABC para o BC é um componente presente em sua fórmula, que o permite conter incêdios em estofados de carros, de líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
Extensão de prazos
Quando, em janeiro, verificou-se  a dificuldade dos fornecedores em produzir extintores ABC o suficientes para atender à demanda do mercado, o prazo para que os motoristas adquirissem o equipamento foi prorrogado por 90 dias: os motoristas teriam até 1º de abril para conseguirem o extintor ABC, prazo que depois foi adiado novamente, para 1º de julho. Porém, passados quase 90 dias, os comerciantes continuam em busca de fornecedores que tenham o equipamento disponível para pronta-entrega.
Por isso, o novo prazo para obter o equipamento é 1º de outubro – porém, o prazo não se aplica para extintores vencidos. Quem circular com equipamento fora da data de validade pode ser multado.

Lista de espera pelos extintores na Efraim
Para Sandro Bella, proprietário da Extintores Efraim, pouca coisa mudou desde janeiro. “Desde janeiro não tenho conseguido extintores ABC através dos nosso fornecedores. Temos pedidos grandes que não podemos atender”, revela. “Tenho uma lista com nomes e números dos clientes que querem comprar e não tenho nenhuma previsão dos fornecedores, para quando irei receber a mercadoria. O que eles dizem é que devemos receber alguma coisa entre agosto e setembro”.
Sandro conta que até mesmo a greve dos caminhoneiros, que ocorreu no primeiro trimestre do ano, atrapalhou a produção. “Além da máquina que fabrica os extintores não dar conta da demanda, a greve dos caminhoneiros interferiu na produção, pois os fornecedores por um tempo não receberam matéria-prima para a fabricação.”
Oferta e demanda
Para Ricardo Lauri Thomaz, sócio e gerente da Extintores Prosinos, de Campo Bom, a situação é um pouco melhor. “O prazo para receber os extintores continua longo, mas sempre tenho alguns para oferecer aos clientes”, diz. “Vendo de 5 a 10 extintores por dia”. Ele comenta também que vende extintores por R$ 120,00.
Na Branco Auto Peças, com filiais em Sapiranga e Campo Bom, o preço dos extintores também é de R$ 120,00.”Recebemos de 15 a 20 extintores por leva. Atendemos 3 ou 4 clientes por dia, que querem os extintores”, conta Sidnei Weber, gerente de vendas. 
Vendas a mil na BL Auto Peças
Na BL Auto Peças, que também tem filiais em Campo Bom, Sapiranga e Parobé, os extintores ABC também vão chegando aos poucos. “Recebemos levas de 10 a 15 extintores por vez”, conta Gilson Joel Weber, gerente de vendas. Na sexta-feira (19) receberam uma nova leva, que foi quase que totalmente vendida ao longo do final de semana. “Agora, nosso preço por extintor é de R$ 120,00, mas espero poder baixar o valor em breve, para algo em torno de R$ 70,00 ou R$ 60,00. No início do ano, teve uma primeira remessa que pude vender por R$ 75,00, mas depois o preço foi ficando maior, junto aos fornecedores”, comenta.