Em manifestações pela região, professores e estudantes se unem contra a precarização da educação estadual

Região – Nesta terça-feira, 11 de agosto, estudantes e professores do Instituto Estadual de Sapiranga foram às ruas para marcar o Dia do Estudante. Os estudantes, acompanhados de representantes da União Estudantil de Sapiranga e do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS-Sindicato), estão reunidos na Praça da Bandeira, onde revindicam condições de oferecer um serviço público de qualidade.

Durante o ato, Luiz Henrique Becker, membro do conselho do CPERS, falou sobre os problemas enfrentados pela categoria. “Nossos problemas se arrastam já, de governo a governo. O piso nacional não é respeitado, aquilo que recebemos corresponde a 48% do que deveria ser pago no magistério público estadual. Carreira no magistério, aliás, não atrai mais. Vemos 10 alunos por formatura, quando muito”, conta.

Em seu discurso, o membro do conselho do CPERS agradeceu o apoio dos manifestantes à categoria. “É importante lembrar que precisamos mobilizar o servidor público – não são apenas os professores que são atingidos, mas os policiais militares também. Há um ataque do governo contra nossa categoria, com um projeto a ser aprovado na Assembléia, que propõe que fiquemos sem reajuste salarial nos próximos anos, inclusive após o final do governo Sartori. Isso é um confisco salarial. É preciso lutarmos por um serviço público de qualidade”, finaliza.

De acordo com Tânia Becker, professora do Instituto Estadual de Sapiranga, a intenção é de, nos próximos dias, convocar uma plenária para reunir as escolas do município e os membros do CPERS. “Nossa intenção é nos reunirmos para conscientizar alunos e professores sobre o momento pelo qual estamos passando”, explica.

Os cerca de 120 manifestantes também trouxeram para a Praça um grupo de músicos, que, entre um discurso e outro, toca músicas relevantes ao tema. Conforme os manifestantes, o protesto deve seguir até as 11h desta manhã.

Nesta manhã, o governador Sartori anunciou a quitação da parcela restante dos salários dos servidores, referente ao mês de julho. Com a manobra, o governo irá atrasar o pagamentos pagamento da dívida com a União e enfrenta a possibilidade de o governo federal bloquear os repasses para o Estado até o limite de R$ 280 milhões, conforme previsto no contrato com a União.

Estudantes e professores participam de ato em Campo Bom

A mobilização pelo Dia do Estudante reuniu cerca de 200 pessoas – entre secundaristas e professores – no Largo Irmãos Vetter, no Centro do município. Na manhã desta terça-feira (11), manifestantes que participaram do ato criticaram a política de parcelamento dos salários dos servidores públicos estaduais. “Em uma manobra política para esvaziar a grande mobilização da próxima terça-feira (18), o governo estadual adiantou o pagamento dos salários dos servidores durante as últimas horas”, ressaltou Tiago Souza, membro da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

As manifestações desta terça-feira (11) integram o calendário de atos incentivados pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) em todo o país. No Rio Grande do Sul, estudantes e professores se posicionam contrários ao parcelamento dos salários, que no entendimento dos manifestantes, ajudam a fragilizar a educação gaúcha. O ato em Campo Bom foi organizado pela União dos Estudantes de Campo Bom (UECB), União da Juventude Socialista (UJS) e professores da rede pública estadual. No próximo domingo (16), haverá continuidade das manifestações, mas com caráter cultural. Junto ao Centro de Educação Integrado (CEI) ocorrerão apresentações musicais e artísticas, a partir das 16h30.