País – Luiz Henrique Mandetta não é mais ministro da Saúde. Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quinta-feira (16), o anúncio da demissão foi feito pelo próprio Mandetta em publicação no seu perfil particular do Twitter. A destituição ocorre após polêmicas envolvendo Bolsonaro e o agora ex-ministro, que divergiam em relação às medidas que deveriam ser adotadas para combater a disseminação do novo coronavírus.
Nos últimos dias, Mandetta afirmou abertamente em diversas conversas que sabia que seria demitido ainda esta semana. Em entrevista nesta quarta (15), Mandetta se disse cansado após dois meses de trabalho na tentativa de conter o Covid-19. “60 dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante”, desabafou.
O presidente Bolsonaro defende que as medidas de distanciamento social sejam relaxadas, permitindo a abertura do comércio, mantendo isoladas somente as pessoas que compõem o grupo de risco. Em diversas oportunidades, Bolsonaro manteve contato físico com seus apoiadores e fez visitas a locais públicos em Brasília, contrariando as medidas de isolamento do ex-ministro Mandetta.
Sucessor deve ser anunciado ainda hoje
Na manhã de hoje, o presidente Bolsonaro realizou reunião com o médico Nelson Teich, que é o principal nome cotado para assumir o cargo no Ministério da Saúde. Teich é oncologista e empresário do setor de saúde. Ele também é formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Atuou como consulto informal na campanha eleitoral de Bolsonaro, em 2018, e na época chegou a ser cotado para o cargo de ministro. Ele também participou do governo, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, como assessor do secretário de Ciência, Tecnologia, e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna.
Em relação ao coronavírus, em artigos publicados recentemente na rede social LinkedIn, Nelson Teich defende o isolamento horizontal como a melhor medida para ser aplicada no momento. A estratégia é a mesma suportada pelo ex-ministro Mandetta.
Fonte: Governo Federal