Mais da metade dos orelhões da região não estão funcionando

Inutilizados | Dos 33 aparelhos de Araricá, 26 estão em manutenção

Região – Alvos de pichação, depredações e atos de vandalismo em geral, os orelhões demandam uma manutenção constante. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconhece que o serviço está em franco declínio, mas cita que uma alteração no Plano Geral de Metas para a Universalização, que está sendo proposta, prevê a manutenção dos orelhões, além de uma redução no seu quantitativo.

Mesmo com estatísticas que mostram que em 2015 foram danificados por atos de vandalismo, em média, 10% dos 47 mil orelhões do Rio Grande do Sul – como lembra a operadora Oi, única fornecedora dos serviços -, a Anatel entende que os orelhões são importantes para a utilização em casos de emergência nas cidades que já possuem cobertura do serviço fixo e móvel e é fundamental em localidades onde é o único meio de comunicação. Nos quatro municípios da região do Repercussão, 59,94% dos orelhões não estão funcionando corretamente.

Queda na demanda

Dados da operadora Oi mostram que, com o advento da telefonia móvel, houve queda no uso dos orelhões: hoje apenas 0,5% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção. Devido a sua pouca atratividade, hoje cerca de 48% dos orelhões da Oi não geram chamadas tarifadas e cerca de 38% não são sequer utilizados.

Outra opção, além da diminuição da quantidade dos aparelhos é a disponibilização de sinal de wi-fi através deles. Sobre isso, a Anatel informa que a regulamentação atual não permite obrigar as concessionárias de telefonia fixa a prestar o serviço wi-fi nos orelhões, mas que a revisão do atual modelo de telecomunicações está em estudo e novas possibilidades de ampliação do acesso à banda larga estão sendo pensadas.

Vandalismo constante dificulta consertos

Ano passado, o Jornal Repercussão relatou que, devido à porcentagem de orelhões em funcionamento estarem abaixo dos padrões exigidos pela Anatel (que deveria ser de no mínimo 90%), a Agência impôs que a operadora Oi disponibilizasse ligações gratuitas para telefones fixos, como punição. A ação também foi adotada em outros 14 estados do Brasil, como Paraná e Bahia.

Conforme a operadora Oi, um dos fatores que dificulta os consertos do aparelhos é que, muitas vezes, as equipes da empresa consertam os orelhões e eles são danificados no mesmo dia em que o serviço é restaurado. A Oi também informa que os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários. A operadora ainda acrescenta que atos de vandalismo contra orelhões também causam prejuízo à sociedade, já que os danos podem afetar o contato da população com serviços públicos essenciais, como hospitais, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. As solicitações de reparo dos aparelhos devem ser enviadas à companhia pelo canal de atendimento 0800-0318031 por consumidores e por entidades públicas.