Mãe que é exemplo de dedicação e persistência

Sapiranga- Todos já ouvimos a frase “Dia das Mães é todo dia”. Essa expressão ganha ainda mais sentido quando conhecemos mães como a Vilma Brandão, moradora da São Luiz. Vilma tem três filhos Priscila de 29 anos, Dagles de 23 e a Júlia de 14, e também já é avó do Arthur de 7 anos. Ela vive há 16 anos em Sapiranga e hoje mora com o marido, os dois filhos menores e a cachorrinha Luna, adotada há poucos dias pela família “eu não queria cachorro, mas ela chegou tão queridinha e é um entretimento pra eles (Dagles e Júlia)”.

A história da Vilma tem a ver com superação, mas principalmente está ligada ao sentimento de persistência para que os filhos tenham uma vida plena e feliz. Dagles nasceu com hidrocefalia, mas teve o diagnóstico tardio, “ele tinha uns 4, 5 meses e não se firmava ainda” conta a mãe que teve a confirmação da condição do filho quando ele já estava com 6 meses de vida, quando buscou uma opinião médica diferente. Na época foi orientada a ir pra casa e aguardar retorno sobre a vaga em Porto Alegre, pois a criança precisava de uma cirurgia de emergência, porém Vilma se recusou a esperar em casa e ficou nos corredores na prefeitura até que uma vaga fosse disponibilizada. Era o primeiro capítulo de uma luta que seria diária.

 

 

Dagles passou por vários procedimentos, precisou colocar válvula cardíaca que foi rejeitada, e também pegou meningite. Foi um longo período no hospital, dos 6 aos 12 meses de idade. Quando ele saiu Vilma sentiu um misto de alívio e medo “Eu tava muito feliz, mas tinha medo de cuidar dele sozinha, achei que não ia conseguir” conta a mãe que já tinha a Priscila com 6 anos na época.

Alguns anos mais tarde, já adaptada à rotina de fisioterapias e cuidados especiais Vilma engravidou novamente. Dessa vez ela estava apreensiva e fez todo acompanhamento pré Natal disponível na época para que tivesse o bebê de forma segura “fiz tudo que era exame e dava sempre tudo bem”, Júlia nasceu em abril de 2007 e é portadora da Síndrome de Down. Na hora que recebeu essa notícia Vilma conta que ficou desesperada e não entendia o porquê não soube durante o pré natal, porém hoje ela pensa de maneira diferente sobre a questão “Ainda bem que eu nem soube antes, porque eu ia ficar ainda mais ansiosa e nervosa durante a gravidez”. A menina teve que fazer uma cirurgia cardíaca também próximo aos 6 meses de vida e passou cerca de 10 dias internada “Deus me ajudou muito pra não entrar em depressão, porque eu só rezava e chorava”.

Mesmo com todas as dificuldades, a família sempre esteve unida e Vilma agradece pela saúde dos filhos nesse período de pandemia, ela e o marido foram infectados “eu tive bem mal no final do ano, mas ainda bem que não precisei ir pro hospital e eles dois não pegaram”. Dagles frequenta a APAE Sapiranga e está ansioso pela volta das atividades “Eu tô louco pra voltar pra APAE, e não começa nunca” diz. Júlia está na 7°série do Ensino Fundamental e também diz já estar entediada em casa. A mãe, no entanto, acha que não vai mandar os filhos de imediato para as aulas “eu queria que eles tivessem vacinados já, vou ver ainda”

 

 

Vilma sempre faz questão de comentar sobre uma grande alegria da família. Em 2019, Júlia participou das Paralimpíadas Escolares. “Para nós, foi uma alegria tão grande quando ela foi lá para São Paulo, não tem explicação, coisa mais linda”, lembra a mãe, que hoje é só orgulho da medalhista que foi prata na corrida 150m e ouro no salto em distância. Sobre o presente que gostaria de receber no domingo, Dia das Mães, Vilma afirma: “Pra mim o melhor presente é ter os meus filhos com saúde, perto de mim”.