Região – Alunos com necessidades especiais, para serem verdadeiramente incluídos em escolas tradicionais, precisam de acompanhamento também especial, o que não vem acontecendo em escolas estaduais pela região. O ponto principal é que faltam profissionais como psicopedagogas com carga horária suficiente para atender a todos com a qualidade esperada, assim como monitores para auxiliarem os professores em sala de aula. A questão é complexa e, sem a devida atenção e suporte, se torna ainda mais difícil.
“A inclusão acontece dia após dia. Tem muito preconceito ainda, então tanto eu, como diretora, e toda minha equipe diretiva vamos conversando com as turmas que compartilham inclusão. Aos pouquinhos vamos fazendo acontecer a aceitação”, pontua Margit Sintia Schwingel, diretora do CIEP em Sapiranga, escola que hoje atende 22 alunos já com laudo, e mais sete que ainda aguardam os laudos (casos como Síndrome de Down, paralisia cerebral, motora, baixa visão).
Uma psicopedagoga torna a convivência mais fácil. “É ela essa ponte entre aluno de inclusão, professor e turma. Ela também faz atendimento individual na sala de recursos, desenvolvendo as habilidades de cada um”, explica Margit.
Profissional raro nas escolas
SEDUC avalia
A Secretaria Estadual de Educação, em nota, informa que o Estado conta com 2,2 mil professores de educação especial e 718 monitores atuando diretamente na inclusão de alunos. Estes casos, segundo a Seduc, são situações pontuais, de começo do ano letivo. “A Seduc reitera que a demanda está sendo imediatamente suprida através do aumento de carga horária dos educadores, e da contratação emergencial de novos profissionais com esta especialização”, finaliza o texto. Margit recebeu uma boa notícia na tarde desta quarta-feira, 3, após reunião presencial com a Seduc. “Recebi a professora de educação especial, 40 horas, e o monitor pra atender o Pedrinho (caso ao lado) já está sendo solicitado”, comemora a diretora.
Pedrinho é superação
Pedro Henrique Duarte Hining, 15 anos, é uma das histórias. Aluno do Ciep, Pedro é totalmente dependente fisicamente. “O cognitivo preservado, aluno nota 10, mas eu preciso dela (psico) como ponte entre professor e ele. Ele faz a comunicação através de uma tábua, com o alfabeto, onde vai com os dedinhos, só que ele tem espasmos o tempo todo, então nem sempre acerta a letra que tem que ser”, relata a diretora.
A mãe de Pedro, Sônia Mara Duarte, reitera a morosidade do processo. “Estamos desde ano passado com monitores provisórios. É tudo muito demorado quando diz respeito ao Estado. O que considero bem importante é que os auxiliares tivessem noções de primeiros socorros, caso fosse necessário atender esse aluno numa emergência. Isso também daria ao monitor mais segurança. É importante repensar, reformar as leis para que a inclusão aconteça de fato” declarou a mãe.
Texto: Sabrina Strack
Fotos: Sabrina Strack e CIEP