Luis Fernando Gaúcho, símbolo do futebol campo-bonense

Carreira Internacional | Além de jogar pela dupla Grenal, o atleta também jogou nos EUA, nos anos 80

Ele já atuou pela dupla Grenal, já foi ídolo em São Paulo e nos Estados Unidos – mas a carreira começou mesmo no 15 de Novembro. O campo-bonense Luis Fernando Trieweiler fez história pelos campos de futebol do mundo – e, aos 62 anos, ainda busca formas de contribuir com o esporte que lhe deu fama já nos anos 70, quando fez parte daquela que é considerada uma das melhores gerações do time do Internacional.

Para Luis Fernando, tudo gira em torno do sonho – o sonho da criança, do jovem, de ser bom em algo e ir atrás de um objetivo. “Gosto de pensar que, se as crianças souberem da minha história, virem que alguém ali de Campo Bom conseguiu ser jogador do futebol e ter sucesso, vão pensar que elas também podem.” Essa é a principal mensagem que o ex-jogador quer passar – e ele também pretende prestar serviços ao esporte. “Quero desenvolver atividades para contribuir com o desenvolvimento do esporte em Campo Bom, seja através de uma Secretaria, de um projeto como o Acolher. A ideia é promover o desenvolvimento físico, intelectual e moral das crianças e adolescentes do município”, projeta Luis Fernando Trieweiler.

Projeto Acolher

Para Luis Fernando Gaúcho, como ficou conhecido, um dos programas mais eficientes e importantes na área do esporte em Campo Bom é o Projeto Acolher. “Tenho um afilhado que participa e acho o programa muito bom. Vejo avós levando os netos, às vezes vindo de longe, para participar. É um baita projeto”, elogia. No Programa Acolher, atividades de estudo, esporte, cultura e lazer são oferecidas a alunos da Rede Municipal e Estadual, dos 7 aos 15 anos, nos naipes masculino e feminino.

A carreira de sucesso de Luis Fernando Gaúcho

Com 15 anos, Luis Fernando já se destacava no juvenil do clube campo-bonense 15 de Novembro, com quem foi tricampeão Amador do RS. Depois de três anos, Luis Fernando entrou para o time do Internacional, fazendo parte de uma leva de jogadores consagrados do clube. Luis Fernando se destacou muito no América de São Paulo, fazendo 81 gols pelo time e se consagrando como o maior goleador do clube. Em 1979, ele foi considerado o goleador do Campeonato Paulista. Em 1980, começou sua carreira internacional, quando foi vendido para o América do México e logo depois passou a atuar no Los Angeles/Aztecs. Depois de quatro anos nos Estados Unidos, onde também atuou pelo Tampa Bay Rowdies, ainda jogou pelo Estoril de Portugal. Em 1984, vestiu a camiseta tricolor e atuou pelo Grêmio, antes de retornar ao 15, onde encerrou sua carreira.

Criatividade no jogo e o futuro do futebol

Como ex-jogador do Internacional, clube no qual considera ter atuado como um “coadjuvante decisivo”, Luis Fernando Trieweiler faz uma avaliação do momento atual do clube. “É um time que nos últimos dois anos fez uma série de contratações erradas, mas que com certeza vai se reerguer”, considera Luis Fernando.

Para ele, um aspecto é essencial no futebol: a criatividade. “Penso que, por exemplo, quando a gurizada é nova, até uns 12 anos, é preciso soltar a bola e deixar eles jogarem. Não pode deixar virar bagunça, claro, mas não adianta ficar regrando os meninos e cortar totalmente a criatividade deles. Tem que deixar o jogo rolar”, considera o ex-jogador, deixando claro que para ele o improviso é fundamental no futebol.

Momentos marcantes de sua trajetória

A história de Luis Fernando Trieweiler é repleta de curiosidades e momentos inesquecíveis. O ex-jogador lembra de duas partidas que ficaram na memória de uma forma especial: a primeira delas, em 1975, foi um confronto entre Internacional e Portuguesa, no qual Luis Fernando marcou o terceiro gol da vitória por 3 a 0, que levou o colorado à reta final do Campeonato Brasileiro, que o clube viria a conquistar após derrotar o Cruzeiro na partida final.

Outro momento que é lembrado com carinho por Luis Fernando é uma partida de 82, em que atuou pelo Tampa Bay, na qual Pelé deu o ponta pé inicial do jogo. Luis Fernando, aliás, já havia conhecido o astro do futebol brasileiro em 1980 (quando a foto abaixo foi tirada), por intermédio do dono dos Los Angeles Aztecs, em uma ocasião em que o Rei do Futebol esteve nos Estados Unidos.