Por Cássios Schaab
Muitas pessoas se destacam ao longo da história de 66 anos de Sapiranga pelas inúmeras contribuições em diferentes áreas pelas quais atuaram de forma significativa. Ao falar da construção cultural da cidade não se pode esquecer do papel de destaque que o professor Lucio Fleck teve neste contexto. Nascido na localidade de Padilha, interior de Taquara, em 24 de abril de 1919, Lucio Fleck e a família chegaram em Sapiranga em 1951. O professor aceitou uma proposta de emprego para lecionar na escola da Comunidade Evangélica, hoje Centro Sinodal de Ensino Duque de Caxias. Após um período como professor, Lucio assumiu a direção da escola.
Com o passar dos anos, Lucio foi ganhando destaque pela sua atuação junto a área cultural e educacional na cidade. “A contribuição do senhor Lucio para a história de nossa cidade é gigantesca. Eu vejo como algo forte, de muita intensidade nas atividades em que ele participava”, afirma a historiadora Dóris Fernandes, que foi colega de Fleck na faculdade. “Ele era uma pessoa muito intuitiva, gostava de escutar e depois questionar as pessoas sobre os assuntos”, completa Dóris. “O professor Lucio participou da Sociedade Literária de Sapiranga, da Orquestra da Fundação Cultural e nós trocávamos muitas ideias. O seu jeito ponderado, no dia a dia, era algo fascinante, que cativava as pessoas que conviviam com ele”, relembra a historiadora. “Na nossa participação na soicedade literária, eu era a responsável por levá-lo comigo de carona na minha Brasília e o pessoal adorava quando nós chegávamos, pois todos sabiam que ele tinha um poema novo para mostrar. O professor Lucio Fleck foi uma pessoa muito marcante, seja em termos culturais como também em termos educacionais para Sapiranga”, complementa Dóris.
Ainda neste contexto de relevância, a literatura foi uma das áreas na qual Lucio Fleck atuou e seu protagonismo tem uma importância de destaque no contexto da cidade. Ele é autor dos livros “A História de Sapiranga” e “Sereis Minhas Testemunhas”, onde apresenta aspectos da formação da cidade e da história da evangelização em Sapiranga, respectivamente. Em “A Saga do Vale”, os dois volumes da obra de Lucio Fleck destacam aspectos históricos da região e da colonização alemã.
O professor também contribuiu com seus textos para obras literárias de outras cidades, como Santo Ântonio da Patrulha, além de escrever contos de Natal para jovens e adultos. Em “Um Padilhano”, Lucio Fleck escreveu sua autobiografia, contando como foi a vida em Padilha e em Sapiranga. Casado e pai de três filhos, o professor faleceu em 22 de maio de 2010, aos 91 anos. Lucio Fleck empresta seu nome para o Centro Municipal de Cultura e também para uma rua do bairro Centenário.