Loteamento de cooperativa despeja esgoto no Parcão

Problema antigo | Esgoto doméstico, de um loteamento do bairro Oeste, chega ao espelho d’água por um córrego

Sapiranga – Um antigo problema voltou a chamar a atenção dos sapiranguenses, recentemente. Na semana passada, o vereador Cesino Nunes de Carvalho, o Dula, que também é presidente da Comissão de Meio Ambiente, falou sobre o esgoto doméstico que acaba despejado irregularmente no lago do Parque do Imigrante.

Para tirar a prova, a reportagem do Repercussão encomendou uma análise da água do lago, cujo resultado aponta a presença de bactérias que comprovam a contaminação. A presença de bactérias heterotróficas, aliás, está cem vezes acima da contagem de bactérias determinada pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

As bactérias presentes na água do lago do Parcão podem ser prejudiciais à saúde, podendo causar diarreias e outros problemas intestinais. Portanto, é recomendado que a comunidade sapiranguense e visitantes mantenham distância do local.

Esgoto chega ao Parque por um córrego que leva ao lago

Conforme o secretário de Planejamento de Sapiranga, Carlos Maurício Regla, o problema é antigo. “O esgoto que chega ao lago do Parque é do Loteamento Mundo Novo, que é um loteamento que está irregular no município há cerca de 15 anos. Esse loteamento não tem tratamento de esgoto coletivo, e esse esgoto acaba chegando ao Parque através de um córrego próximo do loteamento, que fica no bairro Oeste”, explica.

Secretário explica a situação

Conforme Regla, o loteamento está em situação irregular. “Não há regularização fundiária, as matrículas não estão nos nomes dos moradores, pois não tem aprovação aqui, e assim não vai para registro no cartório. Mesmo assim, executaram as obras do loteamento. No decorrer dos anos, os moradores ficaram desassistidos. Na época da prefeita Corinha, começamos a dar assistência, começou a passar caminhão do lixo, a ter serviços de manutenção. Assumimos essas responsabilidades, embora o loteamento esteja irregular. Não há tratamento de esgoto cloacal lá, então como ele está na parte alta da cidade, logo abaixo está o Parque, que é onde parte do esgoto vai parar”.

Presidente da Coohapi contrapõe

Lenoir de Azeredo e Silva, presidente da Cooperativa Habitacional de Inquilinos (Coohapi), cooperativa responsável pela execução das obras do loteamento, afirma que há tratamento através de fossa e filtro. “Há fossa e filtro, como diz no projeto. Os moradores devem tratar seu esgoto, o tratamento é individual. O município deveria fiscalizar e ver se os moradores estão fazendo o tratamento, mas não o faz. O projeto foi feito e aprovado conforme manda a lei”, diz Lenoir.
Conforme a Secretaria de Planejamento, os projetos da obra não foram recebidos e a Cooperativa é notificada constantemente.