Logística reversa é opção de sustentabilidade ambiental

Região – Departamentos de Meio Ambiente da região enfrentam um desafio quando se trata do descarte adequado de determinados materiais. No caso de pneus, os fabricantes e importadores são obrigados a coletar e dar destinação adequada. Porém, de acordo com a diretora do Departamento de Meio Ambiente de Sapiranga, bióloga Andréa Diana Oberherr, “casos de pneus jogados no Rio dos Sinos ou queimados indevidamente, tornaram-se freqüentes”. 
Na maioria dos municípios de abrangência do Jornal Repercussão, medidas foram adotadas visando coibir o descarte inadequado do material. O projeto de reciclagem de pneus tem efeito imediato na preservação ambiental, prevenindo contra os danos causados à natureza.
Impacto à natureza:
*Andréa Oberherr ressalta que os pneus são materiais de difícil decomposição. Não são biodegradáveis e a decomposição total pode levar até 600 anos. Os produtos químicos tóxicos e os metais pesados liberados em sua combustão podem durar até 100 anos no meio ambiente. Os danos atingem o ar, água e solo.
*Descartados na natureza, os pneus tornam-se criadouros para a proliferação de insetos transmissores de doenças tropicais, como o Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Além de criar ambiente propício para proliferação de roedores que, entre inúmeras doenças, transmitem a leptospirose.
*Quando queimado a céu aberto, o material libera na atmosfera uma grande quantidade de gás carbônico, óxidos de enxofre e nitrogênio. A maioria dessas substâncias são tóxicas e podem causar a morte, se inaladas em excesso.
*A Reciclanip é uma entidade  sem fins lucrativos, voltada à coleta e destinação de pneus. Criada em 2007 por grandes fabricantes do país, o programa conta com pontos de coleta nos estados.
Um dos maiores pontos de coleta no RS está localizado em Três Coroas, que recolhe o material de diversas cidades do Vale dos Sinos. O objetivo do projeto é garantir a captação do maior número possível de pneus inservíveis que são utilizados como combustível em fornos de cimenteiras, adicionados à massa asfáltica, entre outras alternativas sustentáveis.
*A Prefeitura Municipal de Sapiranga, através do departamento de Meio Ambiente, solicitou coleta à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). A primeira coleta do ano deve contabilizar cerca de 36 toneladas de pneus recolhidos. Borracharias, casas de ciclistas e a população em geral, podem realizar um cadastro para destinar o material ao ecoponto, junto à Cetrisa. 
*Em Araricá, não existem projetos em andamento. A Secretaria de Meio Ambiente do município não possui informações sobre o destino dos pneus inutilizados.
*Em Nova Hartz, foi firmada uma parceria entre Prefeitura Municipal e Reciclanip. O material é recolhido e encaminhado à Três Coroas. O secretário de Meio Ambiente, Roberto Senger, destaca que a implantação de um ecoponto no município está em pauta.
*A cidade de Campo Bom também tem convênio com o Reciclanip de Três Coroas. O município se encarrega de encaminhar os pneus inservíveis. De acordo com responsáveis da secretaria de Meio Ambiente, “dependendo da demanda, são levados até dois caminhões por mês.”