Leite anuncia bandeira preta até o dia 21 de março e restringe vendas em supermercados

Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Estado – O governador Eduardo Leite anunciou, em transmissão ao vivo na tarde desta sexta-feira (5), a permanência da bandeira preta em todo o estado, assim como a suspensão da cogestão, até pelo menos o dia 21 de março. Além disso, a restrição de atividades entre as 20h e as 5h foi estendida até o dia 31.

A permanência das restrições por mais duas semanas é uma previsão, baseada em um estudo realizado pelo governo estadual. “Acompanhamos o que aconteceu em outros países, como Reino Unido, Portugal e Alemanha. Observamos, nestes países, que, via de regra, foram três semanas até se observar uma queda mais substancial no número de demandas nas internações. Por isso, projetamos mais duas semanas sobre o fim da cogestão, fazendo valer as regras da bandeira preta. Queremos também apresentar uma perspectiva para quem empreende, para que fiquem com um melhor horizonte para se organizarem e se planejarem. Para que possam saber o quanto tempo que vão ficar parados, e nos ajudem com a adesão aos protocolos. Queremos promover um melhor engajamento, porque, se não houver uma perspectiva de saída, há forte disposição de contestação de determinados segmentos”, esclareceu Leite. Na projeção do governo estadual, a cogestão deve ser retomada a partir de 22 de março. Além disso, serão feitas alterações nos protocolos da bandeira vermelha, tornando-a mais restritiva do que a existente.

Outra medida definida pelo chefe do executivo gaúcho foi proibir a comercialização de produtos não essenciais nos estabelecimentos comerciais durante o período de bandeira preta. A restrição passa a valer a partir de segunda-feira (8), para permitir a adequação por parte dos supermercados, que deverão retirar os produtos das prateleiras, cobri-los ou impedir o acesso das pessoas no corredor ou espaço em que estiverem localizados. A ideia é fazer com que as pessoas circulem por menos tempo nos ambientes comerciais. Segundo Leite, alimentação, higiene e limpeza são as categorias consideradas essenciais. Entretanto, com exceção dos horários em que há a restrição geral de atividades, os supermercados poderão abrir normalmente.

Na transmissão ao vivo, o governador Eduardo Leite também atualizou dados sobre a pandemia no estado do Rio Grande do Sul. Segundo Leite, 7.215 pessoas estão internadas no Rio Grande do Sul, entre leitos clínicos e de UTI. “Este número é o dobro dos picos anteriores”, explicou. Em média, são cerca de 350 leitos sendo ocupados por dia no estado. A taxa atual de crescimento tanto nos leitos clínicos quanto nos leitos de UTI, neste momento, é 5,4 vezes maior que a média dos ciclos anteriores.

O anúncio ocorre após reunião do governo estadual com representantes de municípios de todo o estado, na qual foram discutidas as próximas medidas para frear o contágio do vírus no território gaúcho e aliviar a superlotação dos hospitais. Entre as autoridades que participaram da reunião, estiverem presentes o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, e o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana e prefeito de Parobé, Diego Picucha.

Auxílio às empresas

Leite ainda informou que o estado estuda auxiliar as empresas e empreendedores para aliviar os impactos das restrições. “Determinei à nossa secretaria da Fazenda que observe tudo que estiver ao alcance do estado sobre apoio no sentido de obrigações tributárias às empresas, o que pudermos fazer na direção de apoiar, de reduzir impacto ou dar fôlego para quem empreende, está sendo estudado e sendo organizado pela Sefaz em função do impacto econômico das medidas restritivas. O que estiver no nosso alcance, vamos fazer para ajudar setores que estão mais diretamente impactados pela pandemia”, garantiu o governador.

SAMU foi ampliado

O governador também anunciou um novo projeto, intitulado Chamar 192, que prevê a ampliação do atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a 226 municípios do RS que não têm o serviço disponível para seus cidadãos. Para suprir a demanda, a cada adesão ao projeto, o governo estadual pagará R$ 15 mil ao município e outros R$ 30 mil, durante dois meses, que deverão ser utilizados para custeio do serviço (contratação e disponibilização). As exigências para manutenção do projeto é manter uma equipe com pelo menos um motorista e um técnico de enfermagem ou socorrista para o atendimento, assim como aderir ao sistema do Samu pelo telefone 192.

Mais informações em instantes.