Lançada a cartilha sobre a ARIE do Morro Ferrabraz em Sapiranga

Foto: Cláudia Silva

Sapiranga –  Com o objetivo de apresentar para alunos e professores os detalhes da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Ferrabraz, o Núcleo Socioambiental Araçá-piranga iniciou em 2021 um importante projeto. Uma cartilha explicativa foi elaborada, detalhando aspectos da ARIE.

O material didático tem duas versões, uma da parte da ARIE que pertence ao município de Araricá e outra focada na parte de Sapiranga, as duas edições foram elaboradas em uma parceria com as prefeituras dos dois municípios e serão distribuídas nas escolas. “Entendemos que neste processo os estudantes são o principal sujeito alvo para que compreendam o conceito de patrimônio ambiental como sendo uma herança de todas as gerações. Assim eles podem auxiliar no imperativo anseio e na virtuosa necessidade de dar atenção, respeito e importância quanto à conservação da natureza como bem comum e sagrado aos seres humanos e assim contribuindo com a melhor qualidade de vida das populações, seja do interior ou cidade”, destaca o biólogo responsável pelo projeto, Luiz Fernando Stumpf.
O próximo passo, após a publicação da cartilha, será em outubro com a saída de campo destinada aos orientadores educacionais e diretores das escolas, que são os agentes disseminadores das informações contidas neste material.

Material engloba aspectos históricos e biológicos:

Valor socioambiental do documento é um destaque para além da educação
A distribuição nas escolas e foco em disseminação através do ambiente escolar é uma estratégia para alcançar mais pessoas. Porém, a cartilha tem um aspecto ainda mais relevante quando se trata do entendimento da ARIE como recurso de todos. “Também é um objetivo que o conceito de patrimônio ambiental esteja nos projetos de desenvolvimento econômico, turístico e ambiental dos municípios envolvidos”, defende Luiz Stumpf.
Uma das maiores ameaças que a ARIE enfrenta é o parcelamento do solo. A legislação vigente prevê que uma propriedade rural deve ter, no mínimo, 2 hectares. No entanto, é cada vez mais comum a comercialização irregular de áreas menores, como se fosse um terreno urbano só que com valor bem mais atrativo, provocando uma descaracterização do ambiente rural e impedindo a preservação.

Desenvolvimento sustentável
Foram meses de trabalho de pesquisas, elaboração de texto, ilustrações e mapas com a parceria da Secretaria de Meio Ambiente (SEMAPE), resultando na impressão e publicação da cartilha em 2022.
O material é riquíssimo do ponto de vista explicativo, passando pelo processo de evolução da biodiversidade, características específicas de cada ecossistema que a região abriga e também pelo aspecto histórico, como a ocupação humana na área ao longo dos anos. “A cartilha é importante para implementar um programa de educação com foco na importância e contribuição das Unidades de Conservação e, no nosso caso, a ARIE do Ferrabraz e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (UNESCO), para a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável dos municípios e região”, cita Stumpf.