Laboratórios de aprendizagem em Sapiranga

Laboratório sendo desenvolvido na Ayrton Senna (Fotos: Melissa Costa)

Sapiranga – O ano de 2022 é marcado pelo retorno 100% presencial nas escolas. No entanto, os dois anos de ensino remoto em função da pandemia da Covid-19 deixou uma lacuna de aprendizagem que tem exigido esforço redobrado de professores para complementar este ensino. Em Sapiranga, as escolas da rede municipal contam com o Laboratório de Aprendizagem (LAP) para os anos iniciais e Complementação da Aprendizagem (CAP) para os anos finais. Os estudos nestes laboratórios ocorrem no contraturno escolar e são indicados para os alunos que necessitam completar o entendimento do conteúdo.

A coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação, Angela Cristiane Schutz, explica que a movimentação para a aplicação destas iniciativas começou em 2021. “A gente quer o aluno na escola, mas não queremos ele só presente, queremos que ele aprenda. Em 2021, nosso foco foi no planejamento, nessa necessidade de trabalhar as aprendizagens quando ocorresse o retorno”, contou ela. Já em 2022, ocorreu o acompanhamento e avaliação diagnóstica. “Tendo os resultados, através de escuta e trabalhos, observamos as dificuldades. E elas passaram a ser trabalhadas nos laboratórios. Tivemos que avaliar porque o aluno não estava aprendendo, onde estava tendo mais dificuldades e, agora, os esforços são para complementar esse ensino. O aluno precisa ser o protagonista na ação de aprender”. A também supervisora pedagógica na Educação, Sara Almeida, reforça que este é um ano diferente. “Temos que nos reinventar, buscar, desacomodar e acolher esse aluno”, enfatizou.

“É momento de ressignificação “, diz coordenadora

Além do acolhimento no sentido de entender e buscar que os alunos consigam compreender o contéudo, a supervisora pedagógica Sara também diz que o momento é de buscar ajudar nas questões emocionais dos estudantes. “Não são somente questões de aprendizagem, mas emocionais também. Alguns alunos voltaram sem motivação, e nosso trabalho e mobilização são para resgatar esses alunos. Não só a aprendizagem, mas a vontade de ir para a escola; é um momento de ressignificação”.
Uma das professoras do laboratório do Centro de Educação Municipal Ayrton Senna, Maria Aparecida Morbach, falou sobre os desafios. “Essa falta que tiveram durante a pandemia, resultou numa perda muito grande, principalmente na fase de alfabetização. Aqui no laboratório, tenho bastante joguinhos, e começo a aula com eles. Depois faço atividades referente ao jogo”.

Os resultados, segundo a professora, aparecem conforme a progressão de cada aluno. “Muitos alunos já refletem em sala de aula o avanço do aprendizado no laboratório”, completou. Infelizmente, nem todos os alunos conseguem frequentar o laboratório no contraturno. “As famílias têm suas dificuldades, mas reforçamos o quanto esse trabalho é importante. O encontro é de uma hora, é um tempo que há uma professora praticamente exclusiva para atender aquele aluno, algo que na rotina da sala de aula normal não é possível, pois são mais de 20 alunos. Essa uma hora é um período o precioso”, destacou a coordenadora pedagógica da Ayrton Senna, Raquel Salla Calduro.

FOCO NO ENSINO

A secretária de Educação, Cláudia Kichler, ressaltou que 2022 tem sido um ano de desafios. “Mas com planejamento e muito trabalho, estamos avançando. Iniciamos o ano realizando avaliação diagnóstica em todos os anos e componentes curriculares, o que forneceu dados para mapear as necessidades de cada realidade. Com base nesses dados, cada instituição passou a elaborar estratégias, sempre focando essencialmente na aprendizagem dos alunos”, disse.