Com duas filhas no colo, Sandra Regina Neves, 28 anos, deixava transparecer sua inconformidade com a falta de informações sobre a entrega de mais 60 casas populares do Loteamento Ipê Amarelo. Faltam ser entregues 163 do total de 213 moradias. Ela era uma entre as dezenas de famílias contempladas no programa de habitação popular que foram reivindicar na Câmara de Vereadores, na quarta-feira (18). Todos estavam unidos e com um objetivo em mente: cobrar informações precisas sobre a data de entrega das próximas casas populares, em construção desde 2011.
Moradora do bairro Progresso, Sandra continua gastando, mensalmente, 480 reais de aluguel. “A minha casa – no lote quatro, quadra cinco – está repleta de entulhos na frente. Sem contar a pintura que está descascando”, denuncia, dizendo que o seu relógio de medição de energia da RGE ainda precisa ser instalado.
O encontro, que contou com a presença do prefeito, Arlem Tasso, frustrou os organizadores pela ausência do principal financiador do projeto: a Caixa Econômica Federal. Nenhum técnico do banco compareceu ou enviou representante.
Coohrreios presta esclarecimentos
Um dos principais elementos de contradição do encontro estava relacionado ao prazo da obra. “Estamos dentro do prazo. As casas precisam ser entregues até setembro”, disse o presidente da Cooperativa Habitacional dos Empregados dos Correios (Coohrreios), Paulo Machado. Entre os motivos para as obras ainda não estarem concluídas está no clima. “Choveu muito e isso atrasa a obra”, destacou. Ele disse ainda que a diretoria da cooperativa vem trabalhando diariamente na liberação de 600 mil reais, retidos na conta do Ministério das Cidades, em Brasília.
Audiência esclarecedora
A Cooperativa Habitacional dos Empregados dos Correios (Coohrreios/RS) através do presidente, Paulo Machado, assegurou o conserto das casas. “Uma equipe será designada para resolver os problemas” assegurou.
Cleo Hendges que é vereador do PROS, acredita que as entidades envolvidas e o poder público (Prefeitura e Caixa Econômica Federal) precisam ser mais transparentes. “Fiquei contente com a audiência”, diz.
Moradores devem apresentar documentos
Um dos problemas para os atrasos, conforme a Coohrreios, está na dependência da cooperativa e da Prefeitura receberem documentos das famílias contempladas. Através da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Nova Hartz explicou que a Secretaria de Desenvolvimento Social convocará uma nova assembleia para a quarta-feira ou quinta (4 ou 5 de julho). “Conseguimos legalizar 170 escrituras das 213 necessárias. Todos os encaminhamentos estão sendo despachados no Cartório de Sapiranga”, explicou o presidente, Paulo Machado.
Outro motivo de cobranças dos moradores beneficiados com as casas populares no Loteamento Ipê Amarelo estão relacionados com a pintura e problemas de encanamento das residências. “Estamos sabendo dos problemas. Uma equipe ficará responsável de ajustar estes detalhes”, disse Paulo Machado.
Ao término do encontro na Câmara de Vereadores ficou acertado que a Coohrreios providenciará os ajustes necessários, bem como, a pintura de aproximadamente 20 casas que estão descascando. A RGE disse que o relógio da moradora Sandra Regina Neves será ligado nos próximos dias.
