Integrantes da CPI do Lauro Reus concluem relatório, fazem sugestões e indicam medidas preventivas à direção

Vereadores da CPI fizeram incursão no hospital (Foto: Cássios Schaab/Câmara de Vereadores de Campo Bom)

Campo Bom – Os vereadores concluíram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou o ocorrido em 19 de março no Hospital Lauro Reus, quando seis pacientes morreram após problema no abastecimento de oxigênio. O relatório está sendo votado em sessão extraordinária na tarde desta terça-feira, dia 22. 

Os vereadores concluíram que a tragédia ocorreu por falta de abastecimento de oxigênio e aponta ineficácia da empresa Air Liquide quanto à leitura e operação do sistema de telemetria.  Sobre a Associação Beneficente São Miguel, mantenedora do hospital, a mesma também foi apontada com falhas. Confira abaixo:

 

CONCLUSÃO DA CPI DA CÂMARA DE VEREADORES

“…esta Comissão chegou à conclusão que o fato que deu causa a tragédia ocorrida foi a falta de abastecimento do oxigênio liquido, por parte da empresa Air Liquide, que apresentou ineficácia quanto a leitura e operação do sistema de telemetria, que conforme seus próprios relatórios, possui plena eficiência, e que se acompanhada, teria condições de programar com segurança as recargas necessárias. Ato contínuo, a empresa de manutenção DPG, contratada pela Associação Beneficente São Miguel, também apresentou falhas, pois deveria ter sido mais incisiva junto a Air Liquide, no dia anterior, exigindo o reabastecimento imediato, devido ao estado crítico em que se encontravam. Também falhou ao não permanecer no Hospital e não estar nas dependências no dia seguinte, pois tinha ciência do baixo nível de oxigênio disponível no tanque.

A Associação Beneficente São Miguel, empresa mantenedora do Hospital, deveria ter profissional habilitado para operar o Backup, também deveria, como gestora, garantir uma eficiente transição de trabalho entre empresas, quando ocorresse a substituição. Falhou ainda, ao não reportar a Air Liquide, de imediato, sobre o aviso sonoro de baixa de pressão do tanque. Ciente do risco de falta, no dia anterior, falhou também ao não ter criado protocolos que amenizassem a possível ocorrência. Esta comissão, remeterá uma cópia integral de todo o trabalho realizado, acompanhada de todos os documentos que a instruem, ao Ministério Público, Polícia Civil e Executivo Municipal. Fará ainda, os apontamento pertinentes à Associação Beneficente São Miguel”. 

 

SUGESTÕES DOS VEREADORES: 

a) Que ocorram, ao menos 03 leituras diárias, inclusive aos finais de semana, junto ao tanque de oxigênio líquido;
b) Que pelo menos um profissional de cada turno seja treinado para operar o sistema de baterias reserva;
c) Que se estabeleça um canal de contato rápido, junto a empresa fornecedora do insumo, para situações de emergência;
d) Que sejam disponibilizadas placas informativas dentro da Central Backup, afim de facilitar o acionamento das baterias;
e) Que sejam disponibilizadas placas informativas junto aos alarmes internos do hospital, solicitando que se reporte imediatamente a empresa responsável pelos gases e a equipe de manutenção, em caso de emergência;
f) Que seja efetuado plano de contingência, para casos de falta de oxigênio e se tenha um estoque de ambus e cilindros, de fácil acesso aos colaboradores;
g) Que todos os colaboradores, tanto da manutenção, técnicos, enfermeiros e médicos, sejam treinados de como operar o plano de contingência que deverá ser criado.