Instituto Professora Nena é exemplo de escola que vai além das barreiras da sala de aula

Sapiranga – O Instituto Estadual Professora Nena, o Ciep Sapiranga, vem se destacando na cidade pelo trabalho diferenciado que realiza ao integrar comunidade escolar e suas famílias. A escola desenvolve diversos projetos que vão muito além da sala de aula, muitos deles unem alunos e ex-alunos da instituição, assim como pais e parceiros, que atuam como voluntários em grupos de dança, teatro, capoeira, banda marcial, escotismo e coral.

A diretora, Margit Schwingel, acredita que o acolhimento seja o diferencial para uma escola cheia de amor ao próximo. “Acredito que esta seja uma ‘escola-família’, pois fazemos com que seja uma extensão da casa dos alunos, por isso que aqui prezamos o acolhimento em primeiro lugar. Enfrentamos muitas dificuldades no dia a dia, mas estamos prontos para atender o outro. Todo mundo se une quando algum aluno ou funcionário está passando por problemas, como uma família deve ser”, resumiu.

Quem passa pelos corredores, pode ouvir a música de qualquer parte. Seja dos grupos de coral, conduzidos pela professora aposentada Rosa Cecconi, 64, ou ainda pelos ensaios da Banda Marcial Professora Nena, formada por ex-alunos e estudantes. A banda já participou até de desfiles e grandes festivais em Rio Grande, Pelotas, Cachoeira do Sul. É coordenada pela ex-aluna Dariele Prates. Já o ex-aluno Jackson Silva é coreógrafo do grupo de dança Rebelart, premiado por participação em festivais.

Projetos idealizados pelos estudantes geram adesão da comunidade escolar

Atualmente, a escola Professora Nena conta com quase 1.500 alunos e 62 colaboradores. Projetos idealizados pelos próprios estudantes fazem o maior sucesso e geram grande adesão da comunidade escolar. Exemplo disso é a decoração do banheiro feminino, que ficou por conta das alunas do Ensino Médio, que espalharam cartazes com frases de empoderamento e motivação. Além disso, elas deixaram à disposição das demais jovens, um kit de higiene pessoal.

Escola está mudando destinos

Quando saiu do interior do RS, a professora Rose Gregório, 51 anos, nunca havia imaginado que uma escola seria capaz de mudar o destino de sua família. Ela concluiu o Ensino Médio na instituição e acabou sendo contratada como serviços gerais para atuar ali mesmo. Os professores, vendo a sua dedicação com os estudos dos filhos, insistiram para ela ingressar na faculdade. “Me formei em Letras e tive a ajuda dos meus professores, que hoje são os meus colegas de trabalho, pois fui contratada para lecionar na própria escola onde poucos anos atrás, eu apenas faxinava”, explicou Rose, que é mãe do Léo, de 9 anos e que estuda ali no período da manhã. Hoje, sua filha mais velha, Marceli Gregório, 32, que também passou grande parte de sua vida na Professora Nena, é membro do Conselho de Pais e Mestres, pois tem um filho de 4 anos também na escola.

Texto: Sabrina Strack

Fotos: Divulgação