Indústria calçadista de Sapiranga projeta cerca de mil demissões, em um primeiro momento, a partir de suspensão do comércio

Sapiranga – Cinco empresários representantes da indústria calçadista e de complementos para calçados estiveram reunidos, na manhã da última quinta-feira (2), nas dependências de uma fábrica vazia no bairro São Luiz, para expressar suas preocupações com o atual cenário econômico. Segundo eles, a estimativa é que, em torno de 1.000 trabalhadores, devem ser demitidos nesse primeiro momento no município. “Em uma semana quantas fábricas já anunciaram fechamento? E agora vamos ficar mais uma e ver quantas mais vão anunciar. Não podemos parar. Se fecha o comércio, a indústria também para, uma não vive sem a outra”, afirmou um dos empresários lamentando o anúncio do fechamento de comércio até o dia 15 de abril por parte do governador Eduardo Leite.

Os representantes sapiranguenses, em sua maioria, são responsáveis por empregos direitos e indiretos, dentro da cadeia calçadista. Eles prestam serviço para grandes empresas calçadistas da região e também são responsáveis pela remuneração de ateliês.

“Se não tiver comércio, não tem indústria”
O diretor da Mared Têxtil, Marcio Hartz, é enfático em descrever os prejuízos na economia. “A preocupação é – se não tiver comércio, não tem indústria e não tem fornecimento de componentes. Uma coisa bem simples e prática”, lamenta.

Capital aplicado em investimentos
Os empresários afirmam que foram feitos diversos investimentos do capital no começo do ano apostando na retomada da economia no País. “Construímos essa nossa sede. E o problema é que hoje não sabemos qual é o fundo do poço”, disse o diretor de empresa calçadista, Gustavo Lehnen. Com as linhas de produção paradas, o grupo busca soluções diante o cenário. “A gente deu férias em dezembro, e estávamos ainda nos recuperando dessas férias. Agora fomos obrigados a dar férias antecipadas novamente. Muita gente ganhou e sequer tinha esse direito e se essa pessoa voltar e a gente demitir, não vamos poder recuperar esse dinheiro. Esses quinze dias de férias já descapitalizaram ainda mais a empresa”, argumenta o empresário Clader Brito.

Foto: Fábio Radke