Indefinições no Daer sobre a RS-010 deixam Sapiranga de mãos atadas em projetos

Vista aérea do imóvel que será impactado, caso se mantenha o atual traçado da RS-010 Foto: Reprodução

Sapiranga – Sonho de todo o governador de plantão, a construção da Rodovia RS-010, que ligaria Porto Alegre à Sapiranga, abriria novas perspectivas de desenvolvimento para diversos municípios. Mas, para Sapiranga, o projeto tem levantado uma série de reflexões junto ao corpo técnico da Prefeitura.

 

Em recente agenda no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o secretário de Planejamento, Habitação, Segurança e Mobilidade, Carlos Maurício Regla, buscou explicações. “Há cerca de uma semana participei de uma reunião liderada pelo gabinete do deputado estadual Vilmar Lourenço (PSL), onde expus a necessidade do Governo do Estado, de apresentar o modelo final do EVTEA e emitir o Decreto de Utilidade Pública para Fins de Desapropriação para Construção do Anel Rodoviária Metropolitano (a futura 010). Com o decreto publicado, os municípios poderão emitir diretrizes sobre futuros empreendimentos às margens da futura rodovia”, esclarece Regla.
O ‘x’ da questão para Sapiranga, além de buscar uma opção de traçado que favoreça a segurança de milhares de motoristas e pedestres que necessitam transitar pela RS-239, está voltado para a viabilidade ou não de um megaempreendimento imobiliário, justamente onde a opção de traçado da RS-010 passará, dentro da cidade. “Estamos com uma possibilidade real de contarmos com um grande investimento no trecho da antiga Cabanha Paquetá, e que não podemos dar aprovação, pois há esse risco da rodovia inviabilizar o empreendimento”, pondera.

Megainvestimento corre o risco de ser inviabilizado

A Prefeitura de Sapiranga possui uma preocupação muito grande com o tema da RS-010. Um arquiteto está designado internamente e acompanha cada passo do projeto. O Daer estipulou um prazo para que as cidades que serão impactadas pelo futuro traçado apresentem seus pareceres. Sapiranga pediu alterações, mas não recebeu retorno do órgão estadual. “Não temos os dados técnicos concretos, pois o EVTEA não apresenta nem mesmo a quantidade de veículos que poderiam passar por Sapiranga e para onde vão”, pontua Regla.

A possibilidade de um empreendimento imobiliário ser viabilizado na antiga área da Cabanha Paquetá, também é outro item analisado pela Prefeitura de Sapiranga. “Estamos com um iminente investimento imobiliário onde a RS-010 se conectaria com a RS-239. Uma legislação que permite condomínios fechados será encaminhada para a Câmara de Vereadores. Se o atual traçado da Rodovia RS-010 ser mantido, não teremos mais esse investimento, pois inviabilizaria o condomínio”, explica.

Com indefinições geradas por um projeto que se arrasta há décadas, Sapiranga está refém das decisões do governo estadual. “Hoje, se entrar uma empresa e pedir diretrizes para um loteamento naquele futuro trecho do traçado da RS-010, temos que dar, pois não temos um traçado definido pelo Governo do Estado e com Decreto de Utilidade Pública para Fins de Desapropriação. E, também, o Daer não emite autorização de acesso ao loteamento, pois sabe dessa indefinição quanto a esse futuro traçado da RS-10 no trecho”, finaliza Regla.