Impeachment da presidenta Dilma ganha fôlego no País

Embate | Governistas falam em golpe. Oposição diz que há embasamento jurídico e deputados se posicionam

Região – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou com o seu pedido de impeachment da presidenta, Dilma Rousseff. Entre os motivos elencados pela entidade estão as pedaladas fiscais, as renúncias fiscais ilegais em favor da Fifa e a intenção de beneficiar um aliado, alvo de investigação judicial, atribuindo-lhe as prerrogativas de ministro de Estado. Paralelamente a este pedido, está em andamento na Câmara dos Deputados um outro pedido, em análise desde o dia 17 de março no Congresso Nacional. A Procuradoria Geral da República está formulando a defesa de Dilma.

O drama do governo do PT ganhou novo capítulo com a ruptura da aliança com o PMDB, que durava 14 anos (os dois mandatos do ex-presidente Lula e mais seis anos da atual presidente). Sem os votos do PMDB, o PT perde o principal partido aliado e muitos votos nos projetos de seu interesse (em especial, o processo de impeachment).

Na internet, um mapa mostra a posição de cada deputado federal sobre o processo de impedimento. Apenas três deputados gaúchos não demonstraram serem a favor ou contra o impeachment.

Para o presidente do PT de Nova Hartz, Valentin Mello de Thomaz, o pedido é baseado nas chamadas “pedaladas fiscais”. “Entendo que isso não configura crime de responsabilidade, motivo de impeachment. O país vive um momento muito difícil, político e econômico, é preciso preservar a democracia, garantir que todos aqueles que tenham algo a esclarecer, façam este esclarecimento e sejam dentro do processo legal julgados. Precisamos que o país avance”.

Federação dos Sapateiros fala em golpe

O presidente da Federação Democrática dos Sapateiros do RS, João Batista Xavier da Silva, demonstra preocupação com todas as articulações. “Eu vejo uma grande injustiça sendo feita contra a presidente, Dilma Rousseff. Hoje, os contrários ao governo inventaram a questão impeachment, que na verdade, é um golpe. É um golpe que estão dando na Constituição brasileira e também um golpe na democracia. Não há elementos para o impeachment da presidente Dilma. Não há prerrogativas para a questão do impeachment. A questão das pedaladas não existe. Todos os presidentes fizeram isso. O governador do Estado também está atrasando o pagamento de benefícios. Teríamos que votar pelo impeachment do governador Sartori também. A relação que estão fazendo é pura sacanagem dos integrantes do PSDB e do PMDB. O PMDB é um partido muito golpista, que está articulando o golpe com os demais. Estão dando um golpe na democracia e rasgando a nossa Carta Magna, construída em 1988. Vamos às ruas novamente no dia 31 de março, em Porto Alegre. Não vamos se calar e aceitar esse golpe contra a sociedade brasileira”.

Presidente da ACISA defende o impeachment

Em nota enviada à imprensa na semana passada, quem também defende o processo de impedimento da presidenta, Dilma Rousseff, é a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz (ACISA). “A ACISA manifesta sua extrema preocupação com a atual situação do país, devido à crise que atinge a economia, a política, a ética, a moral, a saúde, a segurança, a educação e a infraestrutura do Brasil. Por isso, a ACISA através de seu presidente, Luiz Paulo Grings, vem a público declarar seu total apoio ao processo de impeachment da Presidente da República. Manifesta também apoio ao trabalho de investigação contra corrupção, realizado pela Justiça e Polícia Federal, assim como a punição de todos corruptos e corruptores. A ACISA apoia e apoiará toda medida que respeite o Estado Democrático de Direito e a Constituição da República, não tolerando ofensas de qualquer natureza, partindo de quem quer que seja, contra Instituições de qualquer um dos Poderes da República”.

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