Campo Bom – A alimentação através de hábitos saudáveis está relacionada não só com a categoria nutritiva do alimento, como também com a sua origem. Os produtos considerados orgânicos – aqueles que são cultivados sem a adição de insumos químicos – estão a cada dia mais presentes na mesa das pessoas.
Em Campo Bom, a Prefeitura mantém espaços chamados de hortas comunitárias, onde são cultivadas hortaliças, temperos, frutas, legumes, chás, entre outros produtos. Um destes locais é a horta do bairro Aurora que já está ativa há quase 10 anos.
Antes de se tornar um espaço de cultivo e preservação, o ponto, que abriga torres de alta tensão e, por isso, é de propriedade da Prefeitura, era utilizado como depósito de lixo por parte da população. Devido a essa aparência de abandono e por ser um dos primeiros pontos, bem na entrada do bairro Aurora, surgiu a ideia de utilizar o terreno como horta.
No início, foram formados quatro grupos de voluntários, que com o apoio da Prefeitura, começaram o cultivo de hortaliças e depois foram diversificando as espécies. Ao longo dos anos, devido às mudanças na rotina e horários, os voluntários foram diminuindo. Hoje ainda existem algumas pessoas que auxiliam, mas a maior parte do trabalho é realizado por funcionários do município, e também indivíduos que cumprem pena para serviço comunitário.
Horta produz hortaliças, verduras, frutas, temperos e tem um espaço para produção de adubo orgânico
Morador das proximidades e atuante na horta desde os primeiros grupos de voluntários, João dos Santos é funcionário público e o responsável pela produção atualmente. “Se tu perguntar lá na Prefeitura por João dos Santos ninguém sabe, o pessoal já conhece por João da Horta”, brinca.
João conta que aprendeu muito nesses anos de cultivo da terra, mas que sempre há algo novo. “Fiz curso de compostagem e resíduo orgânico, a gente sempre aprende um pouco mais”, destaca.
Material para compostagem
No começo do projeto, os alimentos eram distribuídos entre os voluntários, para entidades assistenciais ou famílias em situação de vulnerabilidade da região. Há cerca de quatro anos, os organizadores resolveram distribuir a produção da horta através da troca por resíduo orgânico. “Esse resíduo vai virar adubo, é tudo aquilo que vai apodrecer, restos de folhas, cascas de frutas, erva de chimarrão, pó de café, essas coisas”, explica João.
A Secretaria de Meio Ambiente implantou no local um ponto para compostagem onde os resíduos são depositados e, junto com a terra, em cerca de 60 dias já se transformam em um adubo poderoso e orgânico. Os galhos e folhas triturados pela Secretaria de Obras também são usados nas composteiras, essa é mais uma prática envolvendo a sustentabilidade que o município incentiva.
Para fazer a troca de resíduos por alimento, basta ir ao local nas segundas e sextas-feiras, das 8h as 11h.
Voluntariado
As hortas comunitárias são administradas pela Secretaria de Meio Ambiente, mas a ação dos voluntários é fundamental para que esse tipo de projeto siga em expansão. Além de realizar uma ação que pode ajudar pessoas carentes beneficiadas pelos alimentos, o trabalho com a terra é considerado terapêutico e pode trazer muitos benefícios. “As vezes, o pessoal não tem tempo de vir cultivar aqui, mas nós ajudamos também com adubo para quem faz o cultivo em casa, nas hortinhas ou vasos de plantas”, esclarece João. Quem tiver interesse em colaborar pode entrar em contato com o João, na horta ou na Secretaria de Meio Ambiente.