Há 4 anos na espera por cirurgia bariátrica, Ereni Camargo de Souza corre risco devido a sobrepeso

Sapiranga – Há 4 anos que Ereni Camargo de Souza tenta uma cirurgia bariátrica. A cada seis meses, desde 2015, ele passa pela mesma bateria de exames. Isso porque este é o período de validade dos resultados. Com 180 quilos e 1,62 de altura, Ereni já não consegue caminhar mais que alguns metros e há alguns dias teve uma parada respiratória, quando seu irmão, Ademir, veio novamente pedir apoio.

No final do mês de maio, o Jornal Repercussão fez uma matéria sobre o caso, no momento em que Ereni precisou ser atendido após sua pele se abrir por conta do sobrepeso, e ouviu do Hospital Universitário, de Canoas, referência para a realização da cirurgia bariátrica, que Ereni deveria falar com o diretor-técnico do hospital, o dr. Fernando Farias. Ademir conta que foram à consulta com Farias. “O dr. Fernando me falou do risco de morte, disse que meu irmão está com os órgãos sufocados pela obesidade mórbida. É triste ver ele nesta situação”, declara Ademir. O irmão também diz que, mesmo com o aval do diretor confirmando o risco, a cirurgia ainda não foi realizada por falta de leito. “Era pra ser feita há um mês, 40 dias. Ele iria baixar para perder peso, porque eles iriam fazer tudo lá, os exames, tudo que precisasse, eles iriam fazer a cirurgia devido a gravidade da situação dele, só que as moças dizem não ter leito disponível”, explica Ademir.

A Secretaria Estadual de Saúde afirma que como a referência para a cirurgia é a cidade de Canoas, o assunto deveria ser esclarecido pela Secretaria de Saúde canoense.

Secretaria de Saúde de Canoas não deu retorno

Foi solicitado, então, à Secretaria de Saúde de Canoas, os motivos do caso se estender e mesmo com o risco de morte não haver urgência na realização da cirurgia. Até o fechamento desta matéria não tivemos qualquer retorno.

Buscamos, ao longo da quarta-feira (28) informações junto ao Hospital Universitário de Canoas, local referência para a cirurgia. Somente por volta das 17 horas, a reportagem foi atendida. Uma resposta seria enviada ainda no mesmo dia, entretanto, até o fechamento da edição não recebemos a posição. Um e-mail de contato já havia sido enviado quinta-feira (22).

 *EM NOTA RECEBIDA APÓS O FECHAMENTO DO JORNAL IMPRESSO o Hospital Universitário de Canoas retornou que o procedimento cirúrgico foi autorizado em 19 de julho deste ano, mas que “Atualmente o paciente encontra-se na fila de espera na posição nº 56 para a realização da cirurgia bariátrica, sem previsão de agendamento da cirurgia no momento”.

Caso semelhante na cidade

O Jornal Repercussão recentemente também retratou o drama da sapiranguense, Denise Hendges, 19 anos, do bairro São Jacó. Ela pesa atualmente 170 quilos, e devido ao excesso de peso possui problemas nos pés, forçando a ficar por longos períodos sentada. A fim de superar o quadro, Denise cadastrou uma vakinha on-line para tentar custear a cirurgia bariátrica. A Secretaria Estadual de Saúde se limitou a informar que a solicitação para consulta especializada em cirurgia da obesidade mórbida está cadastrada na Central de Regulação do Estado aguardando disponibilidade de agenda.