Gripe no inverno também é problema de cães e gatos

Cuidados | Donos de pets devem ficar alertas aos sintomas

Por Felipe Cemim, veterinário da Tierplatz

Essa semana iniciou o inverno, período com as temperaturas mais baixas do ano, e época em que diminuímos muito os passeios ao ar livre. Assim como para as pessoas, em que aumentam os riscos de doenças respiratórias durante os meses mais frios, fato percebido facilmente através das notícias de que as emergências dos hospitais encontram-se lotadas, com a grande maioria dos pacientes com problemas respiratórios.

A incidência das doenças respiratórias em nossos pets também aumenta no frio, com sinais respiratórios presentes tanto nos cães como nos gatos. Os gatos podem ser acometidos pela rinotraqueite viral felina, doença viral do trato respiratório superior, que pode cursar com quadro de conjuntivite e de espirros de moderados a intensos. Mais comum em gatos com menos de 1 ano de idade, uma vez acometido, ele se torna portador assintomático, podendo recorrer dos sinais clínicos em momentos de baixa de imunidade.

Nos cães, a traqueobronquite infecciosa canina é uma coleção de doenças infecciosas, de alto nível de contagio e que atacam o sistema respiratório, podendo desencadear quadros de tosses curtas e repetidas que podem perdurar semanas. Causada por mais de um agente infeccioso, entre eles o herpesviros canino, adenovirus de 1 e 2 e a bactéria Bordetella bronchiseptica. A forma de infecção é muito semelhante a gripe humana, o que faz com que a tosse dos canis também seja conhecida como gripe dos cães. A tosse dos canis é transmitida pelo ar, no momento em que um cachorro tosse ou espirra, liberando vírus e bactérias em aerossóis no ar, e podendo infectar cães suscetíveis principalmente em ambientes fechados como canis, hotéis e banho e tosa, bem como cães que vivem próximos uns aos outros.

Sintomas das doenças nos animais

A contaminação por meio de objetos compartilhados também pode ocorrer. Em casos brandos, o principal sinal clínico é a tosse curta, seca e repetida. Em quadros graves, a doença pode evoluir para uma broncopneumonia, e a tosse se tonar viscosa, há perda de apetite, febre e rinite e conjuntivite com pus e corrimento.

O tratamento pode ser apenas com o uso de anti-inflamatórios nos casos mais brandos, mas pode ser necessário o uso de antibióticos sistêmicos, nebulização, e medicamentos para fluidificar as secreções, tanto nos cães como nos gatos. Para evitar esse incômodo em nossos pets, e prevenir que a doença evolua para quadros graves, existe a possibilidade de prevenir ambas as doenças por meio de vacinas, que podem ser aplicadas pelo médico veterinário.

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