Gestão pública: Prefeita Carina detalha primeiras ações e cita metas para cumprir

 Jornal Repercussão: Nos últimos dias, cresceu a procura pelos serviços especializados na Tenda Covid, na UPA e no hospital. O que a Administração articulou para tentar absorver essa grande quantidade de pessoas procurando por atendimento?
 Carina Nath: Compramos do Hospital Sapiranga mais cinco leitos de enfermaria. Já havíamos comprado cinco leitos, agora, são dez leitos de enfermaria. Leitos de UTI não temos contratualizado. Constatamos que os nossos pacientes, na Upa, estavam ficando muito tempo, pois não havia leitos disponíveis no hospital. Então, para conseguir transferir os pacientes logo para o hospital, fizemos essa compra de leitos.
Na UPA 24 Horas, os profissionais têm sido muito eficazes. Eles têm atendido um número maior de pessoas nas últimas semanas. Estamos em contato com os prefeitos da região, porque os prefeitos precisam atender as pessoas nas cidades deles. E não aqui. Fizemos um relatório e constatamos que pessoas de outros municípios, entre eles, Novo Hamburgo, Campo Bom, Nova Hartz e Araricá têm buscado atendimento especializado em Covid, em Sapiranga. Elaboramos um relatório e apresentaremos esse documento aos demais prefeitos, para pedir que eles concentrem os atendimentos em seus respectivos municípios. Até para poder diminuir o número de atendimentos em Sapiranga.

JR: Qual a sua avaliação sobre o início da vacinação contra a Covid e quais encaminhamentos efetuados para tentar obter uma quantidade maior de vacinas, e, assim, acelerar a imunização da população?
 CN: Estamos em contato com o Governo Federal e o Ministério da Saúde para que possamos acelerar essa oferta de vacinas. A Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVARS) também está se mobilizando com relação ao tema.
O certo é que se o Governo Federal mandar logo as vacinas, contamos com equipe de prontidão para atender toda essa demanda. Estamos muito bem organizados. O drive tru funcionou muito bem, as pessoas estavam mobilizadas, mas, precisamos receber as novas doses. Essa morosidade do Governo Federal tem atrapalhado a vacinação. As pessoas não estão deixando para amanhã a vacina.

 JR: O tempo não é de festividades e várias prefeituras cancelaram eventos tradicionais. De que forma estão projetando as festividades municipais para 2021?
 CN: Não é momento para a Festa. O momento é de aplicarmos todos esses recursos na saúde. Temos investido ainda, na contratação de técnicos de enfermagem, de médicos e enfermeiros, e o recurso do Covid destinado pelo Governo Federal, foi até 31 de dezembro de 2020. Não temos mais. Agora, temos que aplicar o recurso do nosso orçamento, tinha um déficit de R$ 6 milhões no orçamento, que vamos cobrir, principalmente, na área da saúde. E aí, temos que dar conta disso. Não tem como fazer festa ou pensar em festa. Recentemente, comentei com os patrões dos CTGs. Tudo indica que não teremos Semana Farroupilha. Existe a possibilidade. Mas, hoje vendo toda a situação caótica que estamos, não tem como. O que vamos fazer é no Aniversário do Município, fazer algo on-line para marcar o aniversário. Pois, é mais um ano do município. Na Páscoa, pensaremos em uma ação para fortalecer a fé. Em 2021, precisamos mais de fé para enfrentar o desafio da pandemia, mas, sem atividades que tenham aglomeração. A
Feira do Peixe vai acontecer, mas com o controle de acesso e saída, com todo o cuidado, pois não é uma festa, é uma venda de alimento.

JR: Sapiranga é a Cidade das Rosas, mas não contamos com um produtor de rosas ou algo que remeta produção local. O que será feito para reverter esse cenário?
 CN: O secretário de Meio Ambiente e Preservação Ecológica, selecionou uma área na Picada São Jacó, onde podemos fazer esse plantio e a criação de um Horto das Rosas. Contamos com essa opção perto da Escola 25 de Julho. Queremos fazer esse plantio lá. E o senhor Gilberto Lenhardt sugeriu uma área perto do rio. Estamos entre essas duas áreas. Não precisa de muita coisa para esse plantio. A rosa é uma flor muito forte. Mesmo com clima mais seco e chuvoso ela continua crescendo e se desenvolve. Estamos entre essas duas áreas para fazer. Não adotaremos a criação de rosas em estufas, pois se por acaso ocorrer qualquer praga, ela se propaga muito rápido e para todas, então, é melhor que seja em campo aberto. Provavelmente, será na região do Morro, próximo da Escola 25 de Julho. O Gilberto que vai liderar isso. Ele é o técnico de rosas. Tem duas pessoas hoje, e ele está capacitando outras duas pessoas para isso. Também pedi para ele plantar mais uma espécie de rosa, que possui tom azulado. Percebemos que as pessoas, quando visitam o município, querem contemplar a rosa. Fazer fotos com rosas ao fundo. Precisa ser uma rosa contemplativa para tirar foto e que apareça ela em evidência. Agora, o Gilberto e Éderson têm que conciliar agendas e definir a área. A meta é dobrar o número de mudas que vamos plantar esse ano no comparativo com 2020. Levaremos para mais espaços públicos. Não somos a Cidade das Flores, somos a Cidade das Rosas, onde tem florzinha, será substituída pela Rosa, claro, gradativamente, não vou arrancar tudo. Faremos reposição com rosas.

Jornal Repercussão: Na campanha, uma das suas propostas foi a de implantar o Programa Corujão da Saúde. Como está o encaminhamento dessa ação?
 Carina Nath: Conversei com o hospital sobre essa proposta quando estiveram na Prefeitura para fazer a renovação do convênio. Perguntei se possuíam essa capacidade de atendimento. Foi me passado que precisavam estudar essa proposta. Solicitei que apresentassem uma proposta com valores de exames e especialidades menores para que possamos ampliar isso. Hoje, contamos com exames de alta complexidade. Aumentamos o valor esse ano de repasse. Então, conseguimos contemplar um número maior de exames de tomografia nesse momento. Mas, a cota de exames está sendo usado nos pacientes Covid. Em um segundo momento, vamos para o Corujão da Saúde. Se por acaso vier um pouco mais de recurso do Governo Federal, dá uma folguinha para nós. Mas, tirei 6 milhões do orçamento, apertando daqui e dali, porque não tinha o que fazer.

 JR: Outra proposta que foi abordada na campanha foi a Incubadora Tecnológica. Como está o andamento dessa situação?
 CN: O secretário de Indústria, Comércio e Tecnologia tem um horário com a Feevale, para conversamos com a direção da Universidade Feevale. A Prefeitura busca estabelecer essa parceria com uma entidade de educação particular e aplicar um cronograma de ações, de médio prazo para estabelecer, também uma Incubadora de Tecnologia e empresas no município. Primeiro, precisamos firmar esse convênio com a Feevale. Queremos reatar tudo isso. Vamos fazer isso, e a Feevale vindo para Sapiranga, temos tudo para fazer bombar essa parte da Incubadora.

 JR: Muito se falou nos debates da necessidade de proporcionar ao cidadão facilidades tecnológicas ou de agendamento de consultas. O que a Administração encaminha nessa área?
 CN: Estamos com essa iniciativa em fase bem adiantada de desenvolvimento. Temos até um nome prévio: Tum Tum. Apresentaremos a proposta quando completarmos os 100 dias do governo. Queremos disponibilizar essa facilidade via aplicativo e por telefone. Através do Tum Tum, o sapiranguense poderá agendar seus exames e consultas. Ainda estamos em fase de desenvolvimento da ferramenta.

 JR: O que a prefeita pensa em aplicar na área do turismo?
 CN: Tanto para as propostas na área da indústria, turismo, educação, nós chamamos o Sebrae. Em 2020, foi feito Plano de Turismo, em 2021, ele foi regulamentado através de Lei, agora, aplicaremos o Plano. O Sebrae vem para fazer o Caminho do Turismo. Cadastramos propostas junto ao Governo Federal, e solicitamos uma emenda de R$ 400.000,00 mil ao deputado Maurício Dziedricki para fazer a reforma da Casa do Agricultor. A Casa do Agricultor, às margens da RS-239, é de extrema importância por ela ser a primeira porta de entrada aos potenciais do nosso município. Queremos oportunizar, através da Casa do Agricultor, que a estrutura sirva para o turista conhecer nossos potenciais, o Morro Ferrabraz e ter conhecimento sobre a prática de esportes radicais. Além disso, solicitamos recursos ao Governo Federal e cadastramos um projeto para que possamos fazer a instalação das placas de identificação. Estamos enviando ofícios para diversos deputados federais e senadores solicitando recursos.

Jornal Repercussão: Nestas primeiras semanas de 2021, a RS-239 registrou diversos acidentes e mortes. Como estão os pedidos feitos pela Prefeitura à EGR e ao DAER?
 Carina Nath: Eles possuem 60 dias para fazer o estudo e dar o retorno do deslocamento de uma das lombadas eletrônicas para próximo do acesso ao Amaral Ribeiro, ou a vinda de outra lombada, de Bento Gonçalves, que estava desativada. Recentemente, os engenheiros da EGR e do DAER vieram, em Sapiranga, e nos deram atenção total. Recentemente, foi assinado pelo DAER o contrato com a empresa vencedora da licitação das lombadas eletrônicas. Em 60 dias, devemos ser contemplados com essas lombadas eletrônicas e o deslocamento ou colocação de outra, de Bento Gonçalves, e poderemos ter cinco lombadas eletrônicas na RS-239. Duas de um lado, e três de outro. E outra com deslocamento lá para o retorno do Amaral Ribeiro com a rua Nações Unidas.

 JR: Muito se debateu no período eleitoral sobre a necessidade de promover o desenvolvimento econômico. De que forma a prefeita encara esse assunto?
 CN: A nossa prioridade é o término do loteamento industrial, às margens da RS-239. Reservamos R$ 5 milhões de recurso livre para terminar essa intervenção. O Planejamento está finalizando o projeto e queremos ter isso pronto até o final de outubro/novembro. Conseguimos falar com a RGE e acertamos a reinstalação da estrutura elétrica na área industrial. Eles nos garantiram que a partir do momento que a primeira empresa que for se instalar no local iniciar a construção de sua unidade fabril, eles vão colocar as redes de energia. Era algo que se não conseguisse fazer, teríamos que pagar novamente. E, a Corsan assegurou que vai fazer o estudo para levar rede água para essa área. Muita gente disse que não era possível, mas eles gostaram da ideia.